Recentemente, o Telescópio Espacial Euclid foi lançado no espaço em um compartimento de carga do foguete Falcon 9, da SpaceX, para realizar uma viagem com a missão de coletar dados sobre matéria escura, energia escura e galáxias a até 10 bilhões de anos-luz de distância. Agora, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou que o telescópio capturou suas primeiras imagens do universo afora.
Durante os primeiros testes no espaço, o Telescópio Espacial Euclid fotografou as imagens por meio do Instrumento Visível (VIS), capaz de coletar dados por meio do espectro eletromagnético visível aos olhos humanos; em ondas entre 550 e 900 nanômetros. O observatório também utilizou o Espectrômetro e Fotômetro de Infravermelho (NISP), um instrumento que pode medir a quantidade de luz das galáxias e gerar imagens em luz infravermelha e luz visível com ondas entre 950 e 2020 nanômetros.
De acordo com a equipe do Euclid, a missão do telescópio é realizar um mapeamento o lado escuro do universo e, assim, oferecer um mapa em 3D que deve incluir até medições do espaço-tempo. O objetivo da equipe é continuar realizando testes durante os próximos meses, para compreender as possibilidades do novo observatório espacial.
Na esquerda, é apresentada a imagem fotografada pelo VIS, na direita, a imagem capturada pelo NISP.Fonte: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA
“As excelentes primeiras imagens obtidas usando os instrumentos visíveis e infravermelhos do Euclid abrem uma nova era para a cosmologia observacional e a astronomia estatística. Eles marcam o início da busca pela própria natureza da energia escura”, comenta o astrônomo do Institut d'Astrophysique de Paris e líder do Euclid Consortium, Yannick Mellier, em comunicado sobre as imagens.
Primeiras imagens do Euclid
Os especialistas da equipe da ESA afirmam que o Euclid também conta com o "grism", um dispositivo que pode dividir a luz cósmica para melhorar a qualidade dos dados antes de enviar ao NISP. Dessa forma, os cientistas conseguem determinar os componentes químicos e até a distância de cada galáxia estudada.
Imagem fotografada pelo NISP.Fonte: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA
Os cientistas sugerem que o Euclid será responsável por desvendar os mistérios por trás da energia escura e matéria escura, que representam 73% e 23% do universo, respectivamente. A ideia é que o telescópio deve conseguir traçar a distribuição da energia escura ao buscar pela forma sutil que a massa distorce a luz expelida por galáxias.
"Embora essas primeiras imagens de teste ainda não possam ser usadas para fins científicos, estou satisfeito que o telescópio e os dois instrumentos estejam funcionando perfeitamente no espaço", disse um especialista que trabalha no instrumento NISP, Knud Jahnke.
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