Não é por acaso que o filme Barbie está ganhando de seu concorrente Oppenheimer nas bilheterias dos cinemas mundiais. Ao despertar mais interesse do público do que um dos maiores físicos do mundo, a boneca confirma o seu poder também no campo científico, onde, antes mesmo de a NASA começar a contratar astronautas, ela já transportava crianças em aventuras espaciais no início da década de 1960.
Agora, uma pesquisa recente, publicada na revista Acta Astronautica, revelou que a Barbie está ajudando na exploração espacial também na vida real. Em um estudo conduzido por cientistas da Universidade Estadual de Washington (WSU), nos EUA, a boneca vestiu uma roupa feita sob medida, para testar métodos de remoção de poeira lunar em trajes espaciais que serão usados por astronautas na missão Ártemis da NASA.
A Barbie foi coberta com cinzas vulcânicas e depois pulverizada com nitrogênio líquido para remover as partículas microscópicas da poeira lunar. Esse material fino e grudento é "onipresente, abrasivo e carregada eletricamente" conforme o primeiro autor do artigo, Ian Wells da WSU, e adere em trajes, arranha lentes, entope equipamentos e eventualmente afeta a saúde dos astronautas.
Como foi feito o teste com o traje espacial da Barbie?
De acordo com o artigo, para testar a eficácia da remoção da poeira espacial do traje usado pela Barbie em uma câmara que simulava ambiente de vácuo, foram usados repetidos ciclos de lavagem, usando "amostras impingidas com sprays de nitrogênio líquido medidos em diferentes ângulos".
O resultado foi considerado altamente eficaz: a remoção da massa que simulava o regolito lunar foi de 98,4% no ambiente de vácuo em condições ideais, com um sucesso de 95,9% verificado na remoção de partículas abaixo de 10 micrômetros.
Para investigar os níveis de degradação, a Barbie teve que vestir 26 roupinhas, que "foram submetidas a um ciclo cumulativo de 233 vezes através de lavagens com spray criogênico em condições ambientais", informam os autores.
Quais as conclusões do estudo com a Barbie?
A Barbie usada nos experimentos foi batizada de "Rosie" pelos autores do estudo.Fonte: Universidade Estadual de Washington
Curiosamente, a opção pelo uso do nitrogênio líquido no experimento ocorreu por acaso, depois que Wells, então no segundo ano, derramou por acidente um excesso da forma líquida do gás no chão.
Assim, que os experimento de rotina terminaram, os alunos perceberam que o chão do laboratório estava anormalmente limpo no lugar onde o nitrogênio caiu, confessa a WSU em um comunicado. O estudo feita com a boneca Barbie conseguiu estabelecer, de forma empírica um padrão de caracterização de degradação de ortotecido para traje espacial.
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