Um anúncio recente do Departamento de Defesa dos EUA (DoD) revelou que a última munição do estoque “obsoleto” de armas químicas existente no país foi destruída com segurança. Como se tratava do último depósito declarado dessa terrível ferramenta de guerra, é possível afirmar que, pelo menos no papel, o mundo está livre de armas químicas.
Anunciada no comunicado à imprensa como “um marco do desarmamento que está sendo construído há décadas”, a decisão reduz a zero um total de 30 mil toneladas de latas de metal explosivas. Com conteúdos que incluíam os gases mostarda, sarin e VX, esses artefatos liberavam no ar um vapor que podia ser inalado ou entrar em contato com a pele, causando dor severa, ardência, asfixia e morte.
Com o fim arrastado da Guerra Fria, o Congresso Americano exigiu, em 1986, que todos os estoques de agentes de guerra química do país fossem destruídos. Mas a decisão só foi oficialmente ratificada 11 anos depois, quando os EUA aderiram ao tratado da Convenção Internacional de Armas Químicas das Nações Unidas.
Quais eram as armas químicas armazenadas pelos EUA?
Os agentes mais letais estocados eram o gás sarin e o gás mostarda.Fonte: Getty Images
De acordo com o DoD, a última arma química do país — armazenada em um foguete M55 destruído dia 7 de julho em uma instalação militar no Kentucky — era o "agente nervoso sarin". Essa substância é um líquido incolor, inodoro e insípido que pode ser facilmente vaporizado, inalado ou absorvido pela pele, bloqueando um neurotransmissor que controla os músculos e os nervos.
Outro agente mortífero que fazia parte do reservatório americano era o gás mostarda. Usado nas duas guerras mundiais, esse produto é um líquido amarelo-claro, quase incolor, oleoso e com cheiro parecido com o de mostarda. Assim que vaporizado e liberado, ele causa bolhas dolorosas na pele, que podem causar a morte em questão de minutos.
A Convenção de Genebra
A Convenção de Genebra foi assinada em 1925.Fonte: Getty Images
Conhecido como Convenção de Genebra, o Protocolo de 1925 tem um nome pomposo e explícito: Proibição do Uso de Asfixiantes, Venenos ou Outros Gases e de Métodos Bacteriológicos de Guerra. Prestes a completar cem anos, o documento proibiu o uso, mas não o desenvolvimento, produção e posse de armas químicas.
Com isso, os EUA e outras potências mundiais continuaram investindo no estudo e produção de armas químicas cada vez mais letais.
Ironicamente, durante a invasão do Iraque, realizada sob o pretexto de que o país possuía "armas de destruição em massa", os EUA utilizaram fósforo branco, um agente químico altamente tóxico e letal.
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