Recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que o adoçante artificial comum pode ser cancerígeno para humanos, por isso, as substâncias de baixo calor energético não são mais indicadas para dietas. A partir de agora, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou o adoçante artificial na categoria 2B, atrás apenas de produtos de maior risco cancerígeno, como tabaco, luz ultravioleta e carnes processadas.
A categoria 2B é classificada como 'possivelmente cancerígeno para os humanos' e apresenta diversos tipos de alimentos, até vegetais em conserva. A categoria 1 é a de maior risco e inclui tabaco, luz ultravioleta e carnes processadas, como bacon e salsichas; ainda há a categoria 2A, que inclui frituras em alta temperatura e carnes vermelhas, como carne bovina e ovina.
O diretor do departamento de nutrição e segurança alimentar da OMS, Francesco Branca, disse ainda não há evidências convincentes sugerindo que o aspartame tenha efeitos adversos após a ingestão. Após analisar mais de 1.300 trabalhos de análise de adoçantes, foi concluído que existem evidências limitadas sobre o efeito cancerígeno da substância; a ingestão diária não deve exceder 40 mg do peso corporal dos consumidores.
O adoçante já é utilizado em milhares de bebidas e alimentos, como diversas opções de refrigerantes dietéticos.Fonte: Getty Images
“As descobertas de evidências limitadas de carcinogenicidade em humanos e animais, e de evidências mecanísticas limitadas sobre como a carcinogenicidade pode ocorrer, destacam a necessidade de mais pesquisas para refinar nosso entendimento sobre se o consumo de aspartame representa um risco carcinogênico”, disse a colaboradora do programa IARC Monographs, Mary Schubauer-Berigan.
Adoçante é cancerígeno?
De acordo com o professor sênior da da Faculdade de Medicina da Universidade de Adelaide (Austrália), Dr. Ian Musgrave, a classificação da IARC foi baseada principalmente em três estudos observacionais que relacionam câncer de fígado e o consumo de aspartame. Por isso, ele afirma que ainda não há certeza e que a classificação pode mudar no futuro.
De qualquer forma, especialistas acreditam que é necessário compreender melhor os efeitos dos adoçantes no corpo humano. Apesar de existirem alguns outros estudos sobre a relação dos adoçantes com o desenvolvimento de câncer, ainda é fundamental estudar mais para se aprofundar nessa questão.
“Precisamos de melhores estudos com acompanhamento mais longo e questionários dietéticos repetidos em coortes existentes. Precisamos de ensaios controlados randomizados, incluindo estudos de vias mecanísticas relevantes para a regulação da insulina, síndrome metabólica e diabetes, particularmente no que se refere à carcinogenicidade”, disse o responsável pela unidade de alimentação e nutrição da OMS, Dr. Moez Sanaa.
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