Em um novo estudo conduzido por uma equipe internacional das Universidades de Manchester e Hong Kong, astrônomos descrevem a descoberta de uma teoria plausível para explicar o alinhamento incomum de nebulosas planetárias na Via Láctea. A pesquisa foi baseada em dados coletados em 136 nebulosas planetárias, com diferentes épocas, propriedades e em locais distintos.
De acordo com a pesquisa publicada na revista científica Astrophysical Journal Letters, as nebulosas estudadas são formadas por estrelas separadas nascidas em diferentes épocas e locais; as observações foram realizadas a partir de dados coletados pelos observatórios Very Large Telescope, no Chile, e Telescópio Espacial Hubble. Apesar disso, os cientistas apontam que todas elas possuem alinhamentos significativamente semelhantes.
As nebulosas planetárias citadas estão localizadas no bojo galáctico, a parte mais espessa da Via Láctea, uma região do espaço composta por um grupo de estrelas compactado em uma formação estelar maior. Em outras palavras, é um termo usado para se referir ao grupo central de estrelas da galáxia.
A ilustração acima apresenta 22 nebulosas planetárias em ordem de tamanho.Fonte: ESA/HUBBLE/NASA/ESO/NOAO/AURA/NSF
“A formação de estrelas no bojo da nossa galáxia é um processo complexo que envolve vários fatores como gravidade, turbulência e campos magnéticos. Até agora, não tínhamos evidências de qual desses mecanismos poderia estar causando esse processo e gerando esse alinhamento. O significado desta pesquisa reside no fato de que agora sabemos que o alinhamento é observado neste subconjunto muito específico de nebulosas planetárias”, explicou um dos autores do estudo, Albert Zijlstra.
Alinhamento de nebulosas na Via Láctea
Segundo a conclusão do estudo, o sistema estelar binário é o principal motivo para o alinhamento semelhante dessas nebulosas planetárias — um sistema binário representa duas estrelas gravitacionalmente limitadas que circundam seus centros de massa.
Antes deste estudo, os pesquisadores teorizavam que o alinhamento era impulsionado por campos magnéticos desenvolvidos na formação do bojo galáctico.Fonte: Getty Images
Os cientistas descrevem que a estrela companheira orbita a estrela principal no centro das nebulosas planetárias, em uma órbita bem próxima. Por isso, eles explicam que as nebulosas sem estrelas binárias não costumam realizar o mesmo alinhamento observado. De qualquer forma, a equipe destaca que ainda é necessário estudar mais sobre as nebulosas planetárias para compreender completamente a mecânica por trás desse alinhamento.
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“Embora sejam necessários mais estudos para entender completamente os mecanismos por trás do alinhamento, as descobertas fornecem evidências importantes da presença de um processo constante e controlado que influenciou a formação de estrelas ao longo de bilhões de anos e grandes distâncias”, é descrito em comunicado oficial.
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