De acordo com dois novos estudos publicados nas revistas científicas Nature e Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), foram encontradas novas evidências que sugerem a possibilidade de vida em Marte. Os cientistas divulgaram duas novas descobertas: uma delas apresenta dados coletados pelo Rover Perseverance, trata-se de evidências de moléculas orgânicas; o segundo é a utilização de um novo método para compreender a intensidade dos rios do planeta vermelho.
Durante as observações na cratera Jezero, em Marte, o rover Perseverance apresentou dados sugerindo que a região está repleta de moléculas importantes para a formação da vida, como o carbono — os dados coletados são melhores do que os obtidos durante as últimas observações do rover Curiosity. Os cientistas não conseguiram identificar todas, mas o comprimento de ondas dos dados analisados sugere que existem diferentes tipos de moléculas na região.
A imagem mostra o percurso que o rover fez na cratera Jezero; o Perseverance aterrissou em Marte no em fevereiro de 2021, após ser lançado em julho de 2020.Fonte: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/USGS
Conforme os cientistas explicam, as moléculas podem ter diferentes explicações distintas. Por exemplo, elas podem ter chegado ao planeta por meio de meteoritos ou podem ter surgido em processos naturais do próprio planeta. De qualquer forma, eles explicam que essas moléculas surgiram no planeta entre 2,3 e 2,6 bilhões de anos atrás.
“Relatamos associações específicas de fluorescência-minerais consistentes com muitas classes de moléculas orgânicas que ocorrem em diferentes padrões espaciais dentro dessas formações composicionalmente distintas. Indicando potencialmente diferentes destinos de carbono nos ambientes”, escrevem os autores do estudo publicado na revista Nature.
Vida em Marte?
Em outro estudo, geólogos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) descrevem que criaram um novo método para a medição da intensidade do fluxo de rio em outros planetas. Dessa forma, eles utilizaram dados da sonda Cassini, da NASA, e observaram que os rios fluíram por aproximadamente 100 mil anos na cratera Gale e por cerca de um milhão de anos na cratera Jezero, em Marte.
A imagem acima apresenta a cratera Jezero.Fonte: NASA/JPL-Caltech/ASU
Os cientistas também utilizaram a sonda para entender o fluxo de rios em Titan, uma lua de Saturno; a partir dos dados, eles compreenderam que rios com gravidade e materiais diferentes devem seguir certas relações universais físicas. Os pesquisadores explicam que coletaram mais dados de Marte, revelando detalhes das crateras que já foram cheias de água bilhões de anos atrás.
“Em Marte, esta abordagem não apenas prevê tamanhos de grão na cratera Gale e na cratera Jezero que se sobrepõem aos medidos pelos rovers Curiosity e Perseverance, mas também permite reconstruções de condições de fluxo anteriores que são consistentes com a atividade hidrológica de longa duração proposta em ambas as crateras”, os cientistas descrevem no estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
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