De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature, o rover chinês Zhurong Mars coletou dados de dunas de areia na superfície de Marte e descobriu que a Era do Gelo marciana acabou de forma extrema há cerca de 400 mil anos. A pesquisa foi realizada em uma região com 3.300 km de diâmetro e conhecida como Utopia Planitia, considerada a maior bacia de impacto do Sistema Solar.
Além dos dados do rover da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), o estudo utilizou observações de alta resolução do orbitador chinês Tianwen-1 Mars. A pesquisa aponta que as dunas foram erodidas ao longo de milhares de anos e formaram materiais nomeados de cristas eólicas transversais (TARs).
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Até então, os pesquisadores não haviam compreendido como essas cristas, observadas nas latitudes médias mais baixas do planeta, se formaram. Felizmente, o novo estudo oferece um pouco mais de clareza para essa questão: os TARs começaram a se formar entre 2,1 milhões de anos e 400 mil anos atrás. Após esse período, cristas escuras começaram a surgir.
A imagem acima mostra as dunas de areia do planeta vermelho; segundo o estudo, as mudanças de ângulo de rotação de Marte variaram entre 15 graus e 35 graus, causando as mudanças climáticas.Fonte: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
A pesquisa foi realizada em uma colaboração internacional de equipes dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC), do Instituto de Geologia e Geofísica e do Instituto de Pesquisa do Planalto Tibetano da Academia Chinesa de Ciências (CAS); em colaboração com pesquisadores da Brown University, nos Estados Unidos.
Era do Gelo em Marte
A estimativa da data de formação dos TARs foi realizada com base no número de crateras nos topos das dunas. Apesar disso, segundo os cientistas, o mais impressionante é que as datas coincidem com os registros do início e do fim da última era glacial que aconteceu em Marte.
A pesquisa sugere que a era glacial acabou após uma mudança extrema no ângulo de rotação de Marte, causando a formação das cristas escuras depois da alteração na direção dos ventos nas latitudes médias mais baixas. Atualmente, o planeta está passando por uma era geológica conhecida como 'clima amazônico'.
"Entender o clima amazônico é essencial para explicar a atual paisagem marciana, os reservatórios de matéria volátil e o estado atmosférico, e relacionar essas observações atuais e processos ativos com modelos do clima antigo de Marte. Observações do clima atual de Marte podem ajudar a refinar modelos físicos do clima marciano e evolução da paisagem, e até mesmo formar novos paradigmas", disse o associado do (NAOC) e principal investigador do estudo, Li Chunlai.
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