Um grupo de cientistas da COSPAR delineou um programa para proteger a vida na Terra e outros objetos espaciais em um artigo publicado na revista científica Frontiers in Astronomy and Space Sciences.
A COSPAR (Comitê de Pesquisa Espacial e Proteção Planetária), estabelecida em 1958 sob a orientação do Conselho Internacional de Uniões Científicas (agora conhecido como Conselho Internacional de Ciência), tem se empenhado ativamente desde o início da década de 1960 em fornecer orientações sobre questões de contaminação resultantes da exploração extraterrestre e proteção planetária, além de formular e manter políticas relacionadas atualizadas.
Ao longo de várias décadas, eles desenvolveram uma Política de Proteção Planetária, servindo como padrão internacional para mitigar os riscos de contaminação biológica e orgânica. Essa política está alinhada com a implementação do Artigo IX do Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas de 1967. Além disso, a COSPAR serve como uma plataforma internacional para discussões científicas sobre questões relacionadas ao espaço, incluindo a poluição interplanetária.
Segundo os pesquisadores, a exploração espacial acelerada aumenta os riscos de impactos adversos e em alguns casos irreversíveis em outros mundos. Os cientistas acreditam que é necessário implementar políticas internacionais para evitar consequências negativas.
Todas as espaçonaves de Marte são montadas e testadas sob restrições de proteção planetária. A imagem mostra técnicos montando a espaçonave e preparando-a para o lançamento. Fonte: NASA
Como exemplos dessas consequências, os especialistas descreveram uma situação em que a entrada de bactérias terrestres em Marte complicaria seriamente a busca por vestígios de vida no planeta. Uma situação semelhante poderia ocorrer com missões para estudar as luas geladas de Júpiter, onde mesmo uma pequena quantidade de contaminação orgânica de materiais da Terra comprometeria qualquer busca por vida.
A COSPAR definiu cinco categorias de proteção planetária, dependendo da natureza das missões espaciais, desde lançamentos orbitais e sobrevoos de planetas, luas e outros corpos celestes até tarefas relacionadas ao pouso nesses corpos e envio de amostras para a Terra. As categorias definem o nível de controle de poluição interplanetária e biossegurança.
Os especialistas enfatizaram a importância da adesão às políticas de segurança extraterrestre propostas por todos os participantes da exploração espacial, desde agências espaciais nacionais até organizações não governamentais e o setor privado.
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