Nesta última quarta-feira (5), a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) anunciou a observação de duas supernovas do Tipo II, nomeadas de Supernova 2004et (SN 2004et) e Supernova 2017eaw (SN 2017eaw).
A descoberta foi detectada com dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), confirmando que esses objetos estelares ejetam grandes quantidades de poeira cósmica.
Os cientistas acreditam que os dados podem auxiliar no entendimento da poeira interestelar, um dos ingredientes cruciais para o desenvolvimento de planetas. Quando as estrelas ejetam poeira, o material interestelar pode começar a se agrupar e, possivelmente, gerar planetas e estrelas. Os cientistas sugerem que o estudo ajuda a comprovar que este ingrediente importante é ejetado por supernovas.
Até então, os cientistas já suspeitavam que o material era originado em supernovas, mas a nova pesquisa confirma os reservatórios de poeira cósmica nas duas supernovas recém descobertas pelo James Webb.
Os cientistas publicaram um estudo sobre a descoberta na revista científica Monthly Notices da Royal Astronomical Society.Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI
“A evidência direta desse fenômeno foi escassa até este ponto, com nossas capacidades apenas nos permitindo estudar a população de poeira em uma supernova relativamente próxima até o momento – a Supernova 1987A, a 170.000 anos-luz da Terra. Quando o gás esfria o suficiente para formar poeira, essa poeira só é detectável em comprimentos de onda infravermelhos médios, desde que você tenha sensibilidade suficiente”, disse a principal autora do estudo, Melissa Shahbandeh, e associada da Universidade Johns Hopkins e do Space Telescope Science Institute, nos Estados Unidos.
Supernovas e poeira cósmica
As supernovas SN 2004et e SN 2017eaw estão localizadas na Galáxia dos Fogos de Artifício, conhecida como NGC 6946, a aproximadamente 22 milhões de anos-luz de distância da Terra. Os antigos equipamentos de outros telescópios espaciais não ofereciam a sensibilidade necessária para detectar o comprimento de ondas das supernovas, contudo, o instrumento de infravermelho médio (MIRI) do JWST conseguiu detectá-las.
Desde a descoberta da poeira recém-formada na supernova SN 1987A, em 2014, os dados do telescópio James Webb representam o primeiro grande avanço no estudo de poeira de supernovas — a detecção foi realizada pelo telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).
Galáxia dos Fogos de Artifício (NGC 6946), onde estão localizadas as duas supernovas descobertas pelo James Webb.Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI
Os pesquisadores também afirmam que a SN 2004et tem uma enorme quantidade de poeira cósmica para o estágio de vida inicial de uma supernova. Por exemplo, ela tem apenas uma fração da idade da SN 1987A e ambas apresentam uma quantidade semelhante de poeira.
Apesar dos dados confirmarem a produção de poeira nas supernovas, os cientistas continuarão estudando o tema para descobrir a quantidade de material que sobrevive após as explosões estelares.
“Há uma empolgação crescente para entender o que essa poeira também implica sobre o núcleo da estrela que explodiu. Depois de analisar essas descobertas específicas, acho que nossos colegas pesquisadores pensarão em maneiras inovadoras de trabalhar com essas supernovas empoeiradas no futuro”, disse o líder do programa no Space Telescope Science Institute (STScl), Ori Fox.
Categorias