Em um artigo aceito na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e publicado na revista de pré-publicação ArXiv, uma equipe de astrônomos descreve que detectou um poderoso sinal de um buraco negro supermassivo. Conhecido como J221951-484240, ou apenas J221951, o gigante supermassivo está localizado a aproximadamente 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Segundo os astrônomos, eles estavam tentando coletar dados de uma ação causada pelo evento de onda gravitacional S190930, em que ocorre uma colisão de uma estrela de nêutrons com outro objeto para criar uma kilonova. Contudo, eles acabaram descobrindo o buraco negro supermassivo, que já estava emitindo fortes sinais há meses antes dos cientistas iniciarem as observações.
“J221951 é consistente com ser nuclear, então os cenários que nos restam são um evento de ruptura de maré ou um núcleo galáctico ativo. Olhando para o espectro é consistente com ambas as categorias”, disse a principal autora do artigo, Dra. Samantha Oates, em uma apresentação durante o evento National Astronomy Meeting 2023.
Os cientistas afirmam que o J221951 é um dos buracos negros supermassivos que foram descobertos sem querer, causando surpresa após a detecção.Fonte: Getty Images
Em outras pesquisas realizadas na mesma região do espaço, cientistas detectaram sinais do núcleo de uma galáxia silenciosa vermelha. A informação sugere que, possivelmente, há um buraco negro supermassivo no núcleo da galáxia, corroborando o novo estudo.
Buraco negro supermassivo
Os astrônomos explicam: caso esteja associado a um núcleo galático ativo, pode ser que o J221951 pare de reduzir sua força e aumente seu brilho novamente; já se estiver relacionado a um evento de ruptura de maré, ele pode continuar a enfraquecer. Por isso, os cientistas afirmam que é necessário continuar monitorando o buraco negro para entender mais sobre seu comportamento e descobrir qual dessas hipóteses está certa.
Os pesquisadores descobriram o buraco negro após perceberem que a distância da luz detectada estava muito mais distante que a região do evento gravitacional, localizado a aproximadamente a 500 milhões de anos-luz de distância. Quando eles menos esperavam, o sinal estava a 10 bilhões de anos-luz de distância, com um brilho contínuo criado pelos materiais estelares que giram ao redor do buraco negro supermassivo.
“Relatamos a descoberta de J221951-484240 (doravante: J221951), um transiente azul luminoso de evolução lenta que foi detectado pelo Telescópio Óptico/Ultravioleta do Observatório Neil Gehrels Swift (Swift/UVOT) durante o acompanhamento da Onda Gravitacional S190930t, ao qual não está relacionado”, a equipe de astrônomos descreve no estudo.
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