De acordo com um estudo conduzido pelo Accelerator Laboratory da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, uma equipe de pesquisadores identificou um novo tipo de núcleo atômico: trata-se de um isótopo do elemento mais raro detectado na crosta da Terra. Nomeado de 190astatine (190At), o isótopo é considerado o mais leve já descoberto e pode ajudar a resolver a problemas da física que ainda são um mistério para os cientistas.
Conforme o estudo explica, trata-se da descoberta do isótopo mais leve do elemento químico ástato, com 105 nêutrons, 85 prótons, meia-vida de apenas 1 milissegundo e um nível de energia de 7.750 kiloelétronvolts — a maioria dos isótopos tem meia-vida inferior a segundos.
O ástato é um elemento altamente instável e radioativo; ele surge na natureza como resultado da decomposição de elementos mais pesados, se decompondo em elementos mais leves.
A pesquisa explica que o ástato é o segundo elemento natural mais raro em nosso planeta, com a maioria das propriedades desconhecida e de curta duração. Até o momento, os cientistas ainda não compreendem a maioria dos efeitos do elemento, contudo, outros estudos apontam que o ástato pode ter propriedades anticancerígenas.
Os cientistas acreditam que a descoberta é importante para ajudar a entender melhor o conhecimento da composição isotópica do 190astatine.Fonte: Getty Images
"Em minha tese, analisei dados experimentais entre os quais o novo isótopo foi encontrado. Durante meu processo de tese e estágios de verão, conheci o trabalho do grupo de Espectroscopia Nuclear. Agora estou muito feliz por trabalhar no grupo rumo ao meu doutorado”, disse a cientista Henna Kokkonen, líder do estudo e parte de sua dissertação de mestrado.
Novo tipo de núcleo atômico
Para chegar ao resultado, a equipe estava estudando uma reação de fusão-evaporação, um processo que causa o decaimento alfa e ejeta partículas que produzem outros elementos; ao bombardear o elemento estrôncio com átomos de prata, um processo de decaimento revelou o 190At. Em medições baseadas em modelos anteriores, os pesquisadores descobriram que a curta meia-vida do isótopo é o que indica sua alta radioatividade.
O ástato é um elemento que só ocorre na natureza como o resultado da decomposição de elementos mais pesados. Os cientistas detectaram que o processo de decaimento do 190At ocorreu imediatamente; o isótopo sofre o decaimento após a eliminação de radiações alfa e beta, geralmente, transforma-se em uma forma mais estável, como radônio ou bismuto.
"Os estudos de novos núcleos são importantes para entender a estrutura dos núcleos atômicos e os limites da matéria conhecida", disse a física Kokkonen.
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