No início deste mês, o misterioso avião espacial da China retornou após orbitar a Terra por mais de 270 dias e, segundo um novo comunicado de uma agência chinesa, ele pode ter removido um objeto que também orbitava o planeta. Ou seja, a informação sugere que o avião possui equipamentos para recolher satélites, como um braço robótico.
Em comunicado, o governo chinês revelou algumas informações interessantes sobre o avião espacial, contudo, não divulgou nenhum detalhe, como design, equipamentos e capacidades. Segundo um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), nos Estados Unidos, a China enviou um objeto em órbita em outubro de 2022. Em janeiro de 2023, o objeto desapareceu dos radares de monitoramento, mas ele voltou a ser identificado em março.
Em entrevista a revista Nature, o astrofísico do Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics, Jonathan McDowell, disse que os chineses estão trabalhando com braços robóticos há algum tempo. Nesse caso, é possível que o principal objetivo do misterioso avião espacial seja reparar satélites danificados ou remover detritos orbitais, além de a possibilidade de uso para funções militares.
Até o momento, o governo chinês revelou pouquíssimas informações sobre os detalhes do avião espacial.Fonte: GettyImages
“O sucesso do experimento marca um avanço importante na pesquisa da China sobre tecnologias de espaçonaves reutilizáveis, que fornecerão métodos de ida e volta mais convenientes e acessíveis para o uso pacífico do espaço no futuro”, disse a agência de mídia estatal chinesa Xinhua, no início de maio.
Como é o avião espacial chinês que orbitou a Terra?
Especialistas acreditam que o modelo do avião chinês é semelhante ao Boeing X-37B, um avião espacial dos Estados Unidos e que está ligado ao uso nas forças armadas norte-americanas. Por isso, existe a preocupação de que o veículo chinês seja um modelo militar secreto.
O veículo foi enviado no foguete Long March 2F no dia 5 de agosto, em uma missão de lançamento no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan. Inclusive, é a segunda vez que o avião espacial é enviado ao espaço; a primeira viagem aconteceu em 2020.
“Acho que a tendência é liberar menos informações do que mais informações, porque mesmo que eles as estejam usando para algo como manutenção e reparo de satélites, isso não significa que não possa ser usado para atividades mais ofensivas ou militares”, disse o cientista de pesquisa sênior do Centro de Análises Navais, Kevin Pollpeter, em um comunicado enviado a revista Nature.
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