O campo da tecnologia de reprodução assistida atingiu outro marco quando um bebê nasceu usando uma nova técnica de fertilização in vitro (FIV) que incorpora o DNA de três pessoas.
A prática é conhecida como terapia de substituição mitocondrial, e é um processo que envolve a substituição do DNA mitocondrial defeituoso no óvulo de uma mãe por DNA mitocondrial saudável de um doador. As mitocôndrias são pequenas organelas dentro das células responsáveis pela produção de energia.
A terapia de substituição mitocondrial visa prevenir esses problemas de saúde, garantindo que o bebê herde o DNA mitocondrial saudável. Fonte: Getty Images
Quando as mitocôndrias não estão funcionando adequadamente, podem levar a uma série de problemas graves de saúde, incluindo distrofia muscular, doenças cardíacas e distúrbios neurológicos.
A Universidade de Newcastle, em colaboração com o Newcastle Fertility Center, são pioneiros neste procedimento — que foi projetado para prevenir doenças genéticas graves em futuros bebês, mas não foram os únicos: em 2016, cientistas no México anunciaram que uma criança havia nascido com DNA de três pessoas diferentes, também em 2017, na Ucrânia e 2019, na Grécia.
"A equipe de Newcastle envolvida na realização dos procedimentos é cautelosa e deseja incluir pelo menos alguns dados de acompanhamento dos bebês, além de proteger a privacidade da família", disse Robin Lovell-Badge, biólogo de células-tronco e geneticista de desenvolvimento no Instituto Francis Crick.
Embora a terapia de substituição mitocondrial ainda seja um procedimento relativamente novo, estudos mostraram que ela pode ser segura e eficaz. Atualmente, o Reino Unido é o único país que legalizou esse procedimento, mas ele é estritamente regulamentado e só pode ser usado em casos em que a mãe tenha histórico de doença mitocondrial.
Os críticos do procedimento argumentam que ele levanta uma série de preocupações éticas, incluindo a possibilidade de criar "bebês projetados" com características desejáveis.