Cientistas desenvolvem nanopartícula que pode tratar alergia a amendoim

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A alergia a amendoim é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com sintomas que incluem coceira, inchaço, dor abdominal, vômitos, congestão nasal e até causar um choque anafilático — nesse último caso, pode ser fatal. Felizmente, em um estudo publicado na revista científica ACS Nano, pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA) demonstram o desenvolvimento de nanopartículas que podem prevenir crises de alergia a amendoim.

Usando a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma usada em algumas vacinas contra covid-19, os cientistas desenvolveram uma nanopartícula que envia o mRNA para células específicas no fígado. Ao chegar no destino final, as células são treinadas a tolerar as proteínas do amendoim e, assim, reduzir os sintomas da alergia.

Conforme o estudo explica, os imunologistas da UCLA escolheram o fígado por conta da capacidade do órgão de receber diferentes substâncias e pelas células apresentadoras de antígenos, responsáveis por treinar o sistema imunológico a tolerar proteínas estranhas; nesse caso, o amendoim.

Em testes realizados com ratos de laboratório, as nanopartículas conseguiram reverter a alergia a amendoim e, em alguns casos, até prevenir o desenvolvimento da condição.  Os pesquisadores observaram que os camundongos tratados produziram sintomas muito mais leves que aqueles não tratados.

Ilustração da nanopartícula; em 2021, a mesma equipe desenvolveu uma nanopartícula capaz de reduzir a alergia a ovo.Ilustração da nanopartícula; em 2021, a mesma equipe desenvolveu uma nanopartícula capaz de reduzir a alergia a ovo.Fonte:  UCLA 

Fim da alergia a amendoim?

“Até onde podemos descobrir, o mRNA nunca foi usado para uma doença alérgica. Mostramos que nossa plataforma pode funcionar para acalmar as alergias ao amendoim e acreditamos que pode fazer o mesmo com outros alérgenos, em alimentos e medicamentos, bem como em condições autoimunes”, disse o professor de medicina da UCLA e um dos autores do estudo, André Nel, em comunicado.

Além de acreditar que o método pode ajudar no tratamento de outras alergias e distúrbios autoimunes, a equipe está estudando a possibilidade de a nanopartícula ser usada para tratar diabetes tipo 1. De qualquer forma, antes de liberar um tratamento com as nanopartículas, os cientistas ainda precisam se aprofundar na pesquisa para entender mais sobre o uso em humanos.

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