Um dispositivo para ser usado no pulso, projetado para ajudar a controlar os sintomas da Síndrome de Tourette, teve sua eficácia demonstrada em um estudo feito com 121 pessoas no Reino Unido.
Em conjunto com a empresa Neurotherapuetics, os cientistas da Universidade de Nottingham desenvolveram o Neuropulse para ajudar no controle da gravidade e frequência dos tiques causados pela doença.
“Embora ele ainda esteja no início do desenvolvimento, os resultados do ensaio clínico foram extremamente encorajadores. O dispositivo tem o potencial de melhorar drasticamente a vida das pessoas com Síndrome de Tourette, que muitas vezes enfrentam desafios para gerenciar seus tiques”, disse Stephen Jackson, professor da Universidade de Nottingham e diretor científico da Neurotherapuetics.
A Síndrome de Tourette é uma condição neurológica que faz com que as pessoas tenham “tiques” — que são espasmos, movimentos ou sons súbitos que as pessoas fazem repetidamente.
Ela é geralmente diagnosticada entre os 2 e 15 anos de idade, sendo os homens mais propensos a desenvolvê-la do que as mulheres. Embora não haja cura para a Síndrome de Tourette, existem algumas opções de tratamento para ajudar a melhorar a qualidade de vida com os tiques.
Para realizar a pesquisa, os cientistas da Universidade de Nottingham utilizaram trens repetitivos de estimulação elétrica no nervo mediano (MNS) no pulso para induzir a atividade cerebral elétrica rítmica — oscilação cerebral — associada à supressão de movimentos.
Foi descoberto que isso reduz consideravelmente a frequência e intensidade dos tiques e pode ser utilizado em casa por meio de um dispositivo móvel de pulso como potencial tratamento eficaz para os sintomas de Tourette.
Os participantes do ensaio clínico utilizaram o dispositivo no pulso em casa no mesmo horário durante o período de 15 minutos por um mês inteiro. Os resultados revelaram que as pessoas que receberam estimulação ativa obtiveram uma redução significativa — de mais de 25% — na gravidade e frequência de seus tiques.
“Os resultados deste estudo marcam um passo empolgante em direção a um tratamento eficaz e não invasivo, que pode ser utilizado em casa, para a Síndrome de Tourette. Agora estamos focados em usar o conhecimento do teste para desenvolver um dispositivo comercial que possa ser disponibilizado”, finalizou a Dra. Barbara Morera Maiquez, diretora de pesquisa da Neurotherapuetics.
Os resultados do estudo foram publicados em formato pré-print, ainda sem revisão por pares.
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