Uma equipe de astrofísicos no Havaí, nos Estados Unidos, descobriu a primeira evidência de um fenômeno previsto pela teoria da gravidade de Albert Einstein. Trata-se da primeira observação de um evento que faz a relação entre os buracos negros e a energia escura — um dos maiores mistérios do universo. Dois estudos observacionais sobre o tema foram publicados nas revistas científicas The Astrophysical Journal e The Astrophysical Journal Letters, em fevereiro de 2022.
Ao combinar experiências de observação e análise com a evolução galáctica da teoria da gravidade de Einstein, pesquisadores se juntaram para tentar entender o conteúdo em buracos negros. O estudo foi liderado por cientistas da Universidade do Havaí em Manoa, mas recebeu a ajuda de diferentes pesquisadores de nove países.
No primeiro estudo, os cientistas descobriram que os buracos negros ganham uma quantidade extraordinária de massa no decorrer de bilhões de anos, mas não conseguiram explicar exatamente como acontece esse processo. No segundo artigo, o crescimento da massa analisada correspondeu às previsões de um padrão de buracos negros, que se acoplam cosmologicamente e geram energia do vácuo, um tipo de energia produzida a partir da compressão da matéria — sem gerar singularidades e sem quebrar as equações de Einstein. Os cientistas propõem que assim é gerada a energia escura.
“O que isso significa, no entanto, não é que outras pessoas não tenham proposto fontes para a energia escura, mas este é o primeiro artigo observacional em que não estamos adicionando nada de novo ao universo como fonte de energia escura: buracos negros na teoria da gravidade de Einstein são a energia escura”, disse um dos principais autores de ambos os artigos, Duncan Farrah.
Os estudos também apontam que os buracos negros eram menores há bilhões de anos, quando o universo também era menor, sugerindo que o processo faz parte da expansão acelerada do universo.Fonte: Universidade do Havaí em Manoa
Buracos negros e energia escura
A partir dos dois estudos, os pesquisadores descobriram que a energia de vácuo dos buracos negros produzidos nas explosões das primeiras estrelas é semelhante à quantidade de energia escura observada em nosso universo. Assim, os cientistas acreditam que as novas medições devem redefinir a compreensão da ciência sobre o que é um buraco negro.
Para realizar o estudo, a equipe buscou por informações de cinco tipos de buracos negros em três tipos de galáxias elípticas — essas galáxias são enormes e podem ser consideradas fósseis da formação das galáxias e, possivelmente, são o resultado de colisões de galáxias. Então, eles descobriram que esses buracos negros eram cerca de 7 a 20 vezes menores há cerca de 9 bilhões de anos e que, possivelmente, todos os buracos negros são responsáveis pela maior parte da energia escura no universo.
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