De acordo com informações de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o governo Lula (PT) deve anunciar um reajuste de cerca de 40% das bolsas dos alunos de pós-graduação no Brasil, contudo, a bolsa de pós-doutorado deve sofrer um reajuste menor — a medida deve ser divulgada na próxima quinta-feira (16), às 15h. Atualmente, o valor da bolsa é de R$ 1,5 mil para estudantes de mestrado e R$ 2,2 mil para estudantes de doutorado, o mesmo de 2013.
Com o aumento, o governo deve distribuir R$ 2,1 mil em bolsas de mestrado e R$ 3,3 mil em bolsas de doutorado e, segundo o jornal, o aumento acontecerá a partir de março de 2023. As informações também sugerem que a bolsa de iniciação científica para o ensino médio, que oferece R$ 100, pode aumentar em mais de duas vezes.
Atualmente, as bolsas de pós-doutorado distribuem cerca R$ 5 mil para cada estudante, mas ainda não há informações sobre o valor do reajuste. Apesar de o novo valor começar a ser entregue em março, a apuração da reportagem sugere que o valor de janeiro e fevereiro serão retroativos ao ajuste.
Os aumentos incluem as bolsas concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).Fonte: Unsplash
Reajuste tão aguardado
“O reajuste era uma necessidade absoluta devido ao descompasso total em relação ao aumento do custo de vida nesses anos e a perda da atratividade da pesquisa científica, levando à evasão de cérebros. Falta ainda aumentar o número de bolsas e que, até o fim do mandato do presidente Lula, sejam reconhecidos os direitos previdenciários dos bolsistas”, disse o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, ao Estadão.
Para o reajuste das bolsas de mestrado e doutorado, o governo deve realizar um remanejamento do orçamento da União para investir R$ 1 bilhão. É importante destacar que apenas alunos bolsistas selecionados recebem as bolsas — atualmente, são cerca de 200 mil bolsistas na Capes e 77 mil no CNPQ, entre alunos e professores.
O reajuste das bolsas de pós-graduação é considerado um dos principais desafios para a ciência brasileira, não é à toa que a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) requisitava um reajuste de 75% nas bolsas. Em 2022, o diretor do Museu Nacional da UFRJ, Alexander Kellner, disse que a ciência não é uma área valorizada no Brasil e que eram necessárias ações urgentes para oferecer melhorias e evitar que os cientistas brasileiros busquem oportunidades em outros países.
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