Na última quinta-feira (9), o Departamento de Transportes dos Estados Unidos anunciou que abriu uma investigação contra a Neuralink, a companhia de Elon Musk que está desenvolvendo chips cerebrais. Em dezembro de 2022, o Departamento de Agricultura do país também revelou estar investigando a empresa do bilionário por conta das mortes excessivas de ovelhas, porcos e macacos.
Conforme um porta-voz do Departamento de Transportes estadunidense informou à agência Reuters, o Comitê de Médicos de Medicina Responsável (PCRM), um grupo que defende os direitos dos animais, escreveu um alerta ao secretário de Transportes, Pete Buttigieg, afirmando que a companhia de Musk realizou o transporte de implantes com risco biológico.
Eles apontam que conseguiram localizar e-mails e outros documentos que comentam sobre a retirada de implantes de cérebros de macacos e sobre o uso de embalagens inseguras — como esses implantes podem ajudar a transmitir doenças infecciosas, a Neuralink estaria violando uma lei federal.
Sobre a investigação iniciada no fim do último ano, a Reuters também afirmou que funcionários da Neuralink reclamaram sobre testes apressados que causaram o sofrimento e mortes desnecessárias de diversos animais. Já o novo problema relatado teve início em 2019, quando a companhia pediu ajuda da Universidade da Califórnia em Davis para a realização dos experimentos com macacos, violando os regulamentos estadunidenses de transporte de materiais perigosos.
Segundo o porta-voz do Departamento de Transportes, as alegações da PCRM estão sendo levadas a sério.Fonte: Reprodução
Neuralink e seus experimentos
“Estamos conduzindo uma investigação para garantir que a Neuralink esteja em total conformidade com os regulamentos federais e mantenha seus funcionários e o público a salvo de patógenos potencialmente perigosos”, disse um porta-voz do Departamento de Transportes, em comunicado enviado à Reuters.
Na carta, o grupo disse que coletou documentos que mostravam casos envolvendo alguns patógenos que podem ter sido transportados sem medidas de segurança, como o vírus do herpes B e estafilococos resistentes a antibióticos — esses patógenos estavam em implantes removidos de macacos. Os documentos também indicam que não ocorreu nenhum incidente sério, mas a PCRM afirma que essas práticas podem representar um risco real para a saúde pública e, por isso, a Neuralink deve ser investigada.
A parceria entre a Universidade da Califórnia em Davis e a Neuralink acabou em 2020, contudo, o grupo acusa a empresa de Musk de continuar empregando o neurocirurgião que supervisionou os testes e outros colaboradores envolvidos. Segundo um porta-voz da universidade, a instituição sempre cumpre todos os regulamentos de risco biológico e segurança.
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