A NASA perdeu mais de 200 fotos de Júpiter após uma falha da sonda Juno, em 22 de janeiro. Segundo a agência espacial, o problema decorre de um aumento anômalo na temperatura da câmera a bordo do orbitador, fazendo com que não adquirisse todas as imagens planejadas durante seu último sobrevoo ao redor do gigante gasoso.
Ao todo, 214 fotos foram perdidas, restando apenas 44 de boa qualidade obtidas após a JunoCam voltar ao seu funcionamento normal. Esta é a segunda vez que o orbitador de Júpiter apresenta falha no instrumento, seguida de um problema semelhante no último 14 de dezembro.
No ano passado, o motivo também foi resultado de um problema de memória que colocou a sonda em modo de segurança e fez com que a transmissão de dados para a Terra ficasse atrasada, situação que durou 36 minutos. No entanto, o caso mais recente persistiu por mais tempo, ao longo de 23 horas.
NASA perde mais de 200 fotos de Júpiter após a sonda Juno apresentar falha em sua câmera a bordoFonte: NASA/Reprodução
A NASA emitiu um comunicado destacando que a equipe da missão está avaliando o ocorrido nos dois últimos sobrevoos a mais de 120 quilômetros de altitude — que foram as 47ª e 48ª viagens ao redor do maior planeta do Sistema Solar —, antes da próxima passagem prevista para 1º de março.
A missão Juno
A sonda Juno foi lançada em 2011 e chegou em Júpiter em 2016, com o propósito de estudar as densas nuvens do local. Além disso, visa entregar mais detalhes sobre a origem e evolução do planeta, do nosso Sistema Solar como um todo, e até de outros mundos gigantes distantes.
A ideia original era lançar o orbitador movido a energia solar sem uma câmera a bordo, pois o instrumento não era necessário para os objetivos científicos da missão. Contudo, a NASA decidiu inserir a JunoCam para engajar mais o público geral, através de vislumbres coloridos e impressionantes do nosso planeta vizinho.
Ao longo de sua jornada, a aposta foi paga com mais de 375 gigabytes de dados que a espaçonave coletou, que inclusive serviram para importantes pesquisas científicas. Dentre os principais destaques derivados estão o melhor entendimento da estrutura interna planetária e campo magnético, análise da quantidade de água e amônia na atmosfera, observação de auroras, e registro das luas de Júpiter.
Vale apontar que a câmera não foi pensada para durar tanto tempo, projetada para sobreviver aos primeiros 7 sobrevoos. A missão principal já terminou em meados de 2021, mas a nave Juno deve continuar operando até 2025.
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