*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
A síndrome sensorial, mais conhecida como Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) ou disfunção de integração sensorial (DIS), é uma condição que costuma surgir durante a infância. Comumente, essas crianças não gostam de barulhos altos, luzes muito fortes e também reclamam sobre a sensação que a roupa pode causar no corpo.
Em alguns casos, os pequeninos podem ter problemas motores e não gostar das sensações na pele, como ao lavar o rosto com água. Em muitas situações, pode parecer apenas uma reclamação comum, contudo, as crianças com Transtorno de Processamento Sensorial tem dificuldades para processar os seus sentidos.
Às vezes, os sintomas dos problemas sensoriais estão relacionados ao espectro do autismo – mas não é regra. Pode até existir outro diagnóstico, como TOC ou TDAH, porém, alguns são apenas diagnosticados com os distúrbios sensoriais.
A luz e o som são os problemas mais comuns em pessoas afetadas pela condição.Fonte: Shutterstock
Pensando em esclarecer um pouco mais sobre o assunto, o TecMundo reuniu um apanhado de informações importantes para explicar o que é a disfunção sensorial. Acompanhe!
O que é um problema sensorial?
Os distúrbios do processamento sensorial são caracterizados pela hipersensibilidade dos sentidos e, assim, sons comuns podem ser um verdadeiro problema – ou até o ato de vestir uma roupa e sentir a sensação dela no corpo. Contudo, a condição pode causar diferentes sintomas nas crianças, como a falta de coordenação e a dificuldade em manter uma conversa.
Em outras palavras, o cérebro não consegue processar todos os sentidos e estímulos sensoriais que estão ao redor.
Apesar de o diagnóstico ser mais comum em crianças, adultos também podem ser diagnosticados com o TPS. Inclusive, é mais fácil diagnosticar crianças por conta do comportamento social com outras crianças e pelas reações mais reativas.
Durante uma entrevista ao podcast Quem Pode, Pod, a modelo e atriz Giovanna Ewbank relatou que o seu filho de oito anos, Bless, é uma criança com o Transtorno de Processamento Sensorial. Ela conta que ele tem reações negativas por sensações comuns, como paladar, visão, tato, audição e olfato.
"Durante a pandemia, o Bless começou a ficar muito aéreo, [fazendo] algumas coisas que eu achava um pouco estranhas. Comecei a achar que ele poderia ter um grau de autismo, até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais, sente mais cheiro", disse Ewbank.
Como identificar o transtorno do processamento sensorial?
É possível reconhecer os sintomas do Transtorno Sensorial em mudanças dramáticas de humor e em reações que parecem exageradas. Em alguns casos, o comportamento é tão radical que a criança pode mudar de um dia para o outro e, assim, começar a relatar as sensações causadas pela condição.
Se a criança reclamar constantemente de odores, sons, luzes e da sensação da roupa no próprio corpo, procure por um médico especialista para avaliar o caso.Fonte: Shutterstock
É importante destacar que as reações podem não acontecer em todas as situações. Por exemplo, a criança pode permanecer tranquila se estiver em casa com os pais em um momento de lazer.
Contudo, o mesmo momento de lazer em um shopping, com diferentes estímulos por todos os lados, pode causar uma reação reativa — em alguns casos, pode parecer inexplicável a mudança de comportamento.
Uma outra reação não tão comum é a vontade de fugir: a criança diagnosticada pode tentar correr para fugir de uma sensação ruim e procurar por um lugar mais calmo para reduzir o estresse sensorial. Em alguns casos, a condição pode até criar agressividade por conta do acúmulo de sensações.
O que causa a crise sensorial?
Os problemas de processamento sensorial foram relatados pela primeira vez pela terapeuta ocupacional Anna Jean Ayres, nos anos 1970, quando ela criou a teoria de que o cérebro de algumas pessoas não processam as sensações da mesma forma que a maioria.
Ela explica que é como se o cérebro passasse por um engarrafamento dos sentidos, em que ele não consegue processar e, assim, causa sensações conflitantes.
Os problemas sensoriais também são muito comuns em crianças com autismo.Fonte: Shutterstock
Até o momento, os cientistas não descobriram uma causa específica do TPS, contudo, alguns estudos sugerem que a hipersensibilidade à luz e ao som podem ser problemas genéticos.
Outros artigos apontam que as crianças diagnosticadas apresentam atividades anormais no cérebro quando são expostas à luz e ao som.
Existe tratamento para o transtorno sensorial?
Como a condição não é uma doença, não existe uma cura para o Transtorno de Processamento Sensorial, contudo, existem métodos para reduzir os efeitos. O principal é a terapia, pois um terapeuta especializado pode ajudar as crianças a promover os estímulos sensoriais para criar uma normalidade cerebral em relação às situações desconfortáveis.
A falta de sensibilidade também pode ser um problema, porém, nesse caso, elas têm dificuldade para sentir alguns sentidos básicos. De qualquer forma, é muito importante procurar por um terapeuta ocupacional ou um neuropediatra para avaliar a situação e definir se o diagnóstico realmente é TPS.
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