Em novo estudo publicado na revista Nature Saustainability, pesquisadores da Pritzker School of Molecular Engineering, da Universidade de Chicago, descrevem o desenvolvimento de um material capaz de mudar de cor e proporcionar trocas de calor mais inteligentes entre edifícios e o meio externo.
O segredo de um ambiente interno agradável é a capacidade das construções de manterem o frio, ou calor, na parte externa.
Mas os materiais têm formas diferentes de absorver e dispersar calor e, por isso, nem sempre os prédios e as casas conseguem, sozinhas, manter uma boa temperatura. Para isso temos aquecedores e aparelhos de ar-condicionado.
Em alguns países, esses moduladores internos de temperatura são essenciais.Fonte: Shutterstock
Mas e se o prédio conseguisse responder sozinho às mudanças externas, mesmo que bruscas, e ainda manter a temperatura interna sem grandes diferenças no termômetro?
Os cientistas parecem ter encontrado uma solução para esse dilema na relação entre as cores e o calor.
O calor emite radiação em ondas no comprimento do infravermelho. Alguns materiais absorvem mais radiação, aumentando a temperatura, enquanto outras refletem melhor, ou têm mais capacidade de ceder calor.
Pensando nessas propriedades, os pesquisadores desenvolveram um material eletrocrômico que muda de cor, e pode proporcionar um equilíbrio térmico mais inteligente em edificações.
Acrescentando uma camada de cobre, o calor fica retido, em contrapartida, em estado líquido, ele emite mais radiação, resfriando o material.Fonte: Reprodução Universidade de Chicago/ Grupo HSU
O material é composto por camadas que podem ser estimuladas por eletricidade a mudar de estado.
Em dias muito quentes, o material pode permanecer em estado líquido, dispensando a radiação de forma mais facilitada, resfriando o prédio.
Mas em dias frios, com um simples estímulo elétrico, uma camada sólida de cobre se forma, auxiliando o material a reter calor.
Essas mudanças de estado promovem a diferenciação das cores que, de acordo com os cientistas, pode ser adaptada para as mais diversas paletas.
Essa nova maneira de ajuste de temperatura não representa apenas uma novidade tecnológica, mas também economia de recursos energéticos e ambientais.
Estima-se que prédios emitam, ao nível global, 10% dos gases do efeito estufa, e utilizem 30% dos recursos energéticos.Fonte: Shutterstock
Agora os pesquisadores darão um novo passo na pesquisa, estudando formas de produção do material em larga escala.