O observatório espacial da Agência Espacial Europeia (ESA), Gaia, descobriu um exoplaneta passando por fusão nuclear. Chamado de HD 206893 c, o mundo fora do Sistema Solar está a quase 500 milhões de quilômetros de distância de sua estrela, localizada a 130 anos-luz da Terra e cerca de 30% maior do que o nosso Sol.
O gigante gasoso distante possui 12,7 vezes a massa de Júpiter, e leva 5,7 anos para completar sua órbita. Ele foi identificado pela primeira vez em 2022, quando cientistas da Universidade de Exeter (Reino Unido) observaram o bloqueio da luz da estrela hospedeira conforme o então candidato a planeta passava na sua frente — método conhecido como detecção de imagem direta.
Assim como Júpiter, o exoplaneta HD 206893 c é um gigante gasoso, localizado a cerca de 130 anos-luz de distância da TerraFonte: NASA/Reprodução
Sua presença no sistema foi confirmada com dados do Very Large Telescope (VLT), o maior conjunto de telescópios do mundo — situado no Chile. Essa sequência de observações permitiu analisar o espectro de luz na atmosfera planetária. Conforme o HD 206893 c ficava mais brilhante, a equipe concluiu que seu interior passava por uma reação de fusão capaz de produzir energia própria através da queima de deutério, isótopo de hidrogênio que carrega um nêutron.
A descoberta destaca a capacidade da sonda Gaia e de outros instrumentos modernos em encontrar planetas muito além do Sistema Solar, inclusive fazendo um mapeamento exato da localização, movimentos e luminosidade de diversas estrelas.
Além disso, deve ajudar astrônomos a caracterizar melhor diferentes tipos de corpos celestes distantes, bem como juntar mais informações no que se refere ao entendimento da origem, estrutura e evolução de nossa galáxia.
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