Se você trocou, ou começou a usar óculos recentemente, pode ter ouvido a indicação de seu oftalmologista para preferir lentes com filtro para luz azul.
Se é um usuário assíduo de tecnologia, como smartphones, tablets e computadores, também já pode ter recebido a dica sobre a utilização de filtros para diminuição à exposição da temida luz.
Mas afinal, o que é luz azul? Ela pode realmente gerar agravos de saúde? Como diminuir os riscos à exposição? Veja essas e outras respostas a seguir.
As telas têm sido marcadas como as principais vilãs para emissão de luz azul.Fonte: Shutterstock
Afinal, o que é luz azul?
Quando falamos em emissão de luz, sempre devemos nos lembrar de radiações. Lembrado das aulas de física do seu ensino médio, toda a radiação têm comprimentos diferentes de onda.
O comprimento de onda dessa radiação a irá encaixar dentro de um espectro de luz, que varia entre o visível a olho nu, e os invisíveis.
O azul se encontra na faixa de luz visível.Fonte: Shutterstock
A luz azul é uma radiação com comprimento de onda mais curto – entre 440 e 485 nanômetros –, de alta energia. Ela é responsável inclusive, pela cor azul do céu.
Atualmente, além da fonte natural, proveniente do sol, a tecnologia se utiliza de fontes de iluminação, com LEDs, que também emitem esse comprimento de onda de forma artificial.
Quais os malefícios da luz azul?
Há algum tempo, fabricantes de lentes propagam a ideia de que é necessário a utilização de lentes com filtro de luz azul. Estudos relacionados ao uso de telas não comprovaram danos à retina, mesmo a longo prazo.
De acordo com cientistas, olhar para fontes luminosas de alta intensidade geram, sim, problemas na retina, causando degeneração macular, catarata e outros malefícios.
No entanto, as telas não têm potência luminosa suficiente para causar este tipo de mazela na visão. Já o uso em excesso de telas, principalmente a noite, pode gerar um distúrbio no nosso padrão de sono-vigília.
Isso não significa que você pode permanecer 24h olhando para uma tela. Todo uso em excesso traz consequências. Fonte: Shutterstock
Qual a relação entre luz azul e o sono?
Entre outros comprimentos de onda, o sol também emite luz azul, em uma quantidade muito superior às telas. Mas há um diferencial. O Sol se põe, e luminosidade baixa.
Muitos dos nossos hormônios são regulados pela quantidade de luz ao qual somos expostos. Quando a luz diminui alguns hormônios são estimulados, como a melatonina.
Nossos olhos possuem fotorreceptores que modulam a quantidade de luz que recebemos. Essa informação é encaminhada para o cérebro, que dá o comando para a produção de determinados hormônios.
Enquanto a entrada constante de luz produz vitaminas importantes, como a D, também estimula a produção de cortisol, para que nos mantenhamos alerta.
E contrario ocorre quando estamos em baixa luminosidade. Com menor exposição a luz, nosso corpo passa a produzir melatonina, o que nos confere um sono mais tranquilo e saudável.
Com nossas retinas captando luz azul, mesmo a noite, pelo uso de telas, a melatonina deixa de ser produzida, ou é produzida em menor quantidade, causando insônia, e em casos mais graves, desregulando o ciclo de sono-vigília.
Noites em claro e dias sonolentos.Fonte: Shutterstock
Essa desregulação hormonal pode gerar mais estresse, cansaço, dificuldades de concentração e memória.
Como me proteger da luz azul?
Algumas dicas simples podem lhe auxiliar a diminuir a exposição à luz azul por telas.
- Diminua o brilho dos seus aparelhos: Em espaços internos, prefira diminuir a luminosidade da sua tela. Isso evitará estresse ocular, diminuindo o estímulo dos fotorreceptores;
- Não utilize telas antes de dormir: Programa-se para desligar as telas ao menos uma hora antes de dormir. Isso ajudará seu corpo a compreender que é hora de baixar o cortisol e produzir melatonina, melhorando seu sono;
Evite utilizar telas na cama.Fonte: Shutterstock
- Faça pausas: Mesmo não causando danos irreparáveis em seus olhos, o uso em excesso pode causar cansaço, visão embaçada e desconforto. Lembre-se de piscar, e fazer pequenas pausas;
- Converse com seu oftalmologista: Saber como anda nossa saúde é essencial, sendo assim, não se esqueça de passar no seu oftalmologista para saber como está a saúde dos seus olhos.
Todo uso em excesso traz consequências, e a luz azul de fato pode trazer alguns agravos à nossa saúde. Mas eles são evitáveis e podem ser manejados.
Essas pequenas dicas podem melhorar sua relação com as telas, e evitar riscos em potencial, principalmente com relação ao sono. Caso você note algum desconforto após o uso de dispositivos com emissão de luz azul, procure seu médico de referência.