A vacina contra o vírus HIV que estava sendo testada pela Janssen se mostrou segura para os voluntários, porém não foi capaz de prevenir a infecção, como anunciou a farmacêutica na última quarta-feira (18). Diante dos resultados, o estudo foi encerrado.
Iniciada em 2019, a pesquisa intitulada Mosaico teve a participação de 3,9 mil homens cisgêneros e pessoas trans com idade entre 18 e 60 anos, de países da América do Sul, América do Norte e Europa. Os voluntários receberam o imunizante experimental contendo o adenovírus 26 para entregar o código genético do HIV ao organismo e estimular a resposta imune.
Foram aplicadas quatro doses da fórmula ao longo de um ano, as duas últimas trazendo uma mistura de proteínas solúveis, mas os resultados não foram satisfatórios. Segundo a companhia, o imunizante “não foi eficaz na prevenção da infecção pelo HIV” na comparação com o grupo que recebeu placebo.
Os cientistas seguem em busca da aguardada vacina contra o vírus HIV.Fonte: Shutterstock
Embora não tenham sido identificados problemas com a segurança da vacina contra o vírus causador da AIDS, a Janssen optou por descontinuar o estudo, que envolveu brasileiros. Como afirmou a farmacêutica, não se espera que o esquema vacinal testado “atinja seu objetivo primário”, ou seja, a prevenção da doença, com base nos dados disponíveis até o momento.
Teste em mulheres também não funcionou
A ineficácia da vacina contra HIV da Janssen descoberta neste estudo mais recente acontece pouco tempo depois de um imunizante parecido ter sido testado em mulheres jovens da África, em 2021. Na ocasião, a fórmula avaliada também se mostrou segura, mas incapaz de evitar a infecção pelo vírus conhecido por sofrer mutações rápidas e contínuas.
De acordo com a gigante do setor de saúde, os voluntários do estudo Mosaico que contraíram o vírus durante a testagem estão sendo encaminhados para cuidados médicos e tratamento. Ao longo do ensaio clínico, todos os participantes receberam diferentes ferramentas de prevenção da AIDS.