Astrônomos da Universidade da Califórnia encontraram as estrelas mais distantes da Via Láctea, a mais de 1 milhão de anos-luz da Terra. A descoberta deve permitir mapear com precisão os limites de nossa galáxia, bem como servir como padrão para medir distâncias galácticas de estruturas, objetos e fenômenos presentes em todo o Universo — em constante expansão.
A pesquisa foi baseada em dados do Next Generation Virgo Cluster Survey, programa do Telescópio Canadá-França-Havaí que estuda aglomerados de galáxias. Ao todo, foram identificadas 208 estrelas do tipo conhecido como RR Lyrae, cujas propriedades físicas e variação regular de luminosidade as tornam excelentes pontos de referência para calcular distâncias de elementos cósmicos.
A descoberta das estrelas mais distantes da Via Láctea possibilita mapear as distâncias galácticas de vários elementos do UniversoFonte: NASA/Reprodução
O trabalho, recém apresentado no encontro da American Astronomical Society, confirma estimativas teóricas sobre o tamanho do halo da Via Láctea. Essa região nebulosa que circunda nossa galáxia é formada por poeira, gás e matéria escura. Em sua área central há um disco que abriga as estrelas mais antigas e que se estende por centenas de milhares de anos-luz em todas as direções.
Contudo, a estrutura completa do halo é muito maior do que o seu disco, que possui cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro. Logo, o estudo revela que quase não há mais espaço entre o limite externo da Via Láctea com sua galáxia vizinha, Andrômeda.
A Via Láctea está destinada a colidir com AndrômedaFonte: NASA/Reprodução
Isso evidencia previsões feitas há mais de 1 década, inclusive pela NASA, sobre a chegada de um grande evento cósmico: a colisão da Via Láctea com Andrômeda. Esse evento de choque entre galáxias deve acontecer daqui a 4 bilhões de anos e, embora a Terra e o Sistema Solar como um todo não correrem o risco de serem destruídos, é esperado que o Sol seja lançado a uma nova área no espaço.
Simulações feitas a partir de dados fornecidos pelo Hubble também mostram que a fusão entre as galáxias deve levar mais 2 bilhões de anos para se completar. Em adição, modelos não preveem um encontro entre estrelas, pois estão relativamente distantes umas das outras, porém é provável que elas tenham suas órbitas alteradas em torno do novo centro galáctico.
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