No último domingo (8), Brasília sofreu um 'dia de terror' após uma manifestação antidemocrática realizada por extremistas da direita, que depredaram a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. As principais sociedades científicas brasileiras se manifestaram a fim de defender a democracia.
Em defesa ao Estado democrático, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) publicou um comunicado repudiando as ações que aconteceram no último domingo. A ABC reiterou sua posição incondicional a favor da democracia brasileira.
“O Brasil é um Estado democrático. O presidente Lula foi eleito democraticamente e devidamente empossado. Não podemos aceitar de forma alguma reações orquestradas que utilizam a violência contra a democracia. Assim, nós, membros da Diretoria da ABC, assinamos essa nota em repúdio à barbárie”, diz comunicado disponível no site da ABC.
Durante o ataque, diversas obras de artes foram furtadas e vandalizadas.Fonte: Reprodução/YouTube
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) também manifestou seu repúdio aos atos antidemocráticos que aconteceram em Brasília. Segundo a sociedade, o crime é uma decorrência natural do que aconteceu nos últimos anos, durante o governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
A SPBC foi mais incisiva em seu recado aos extremistas que realizaram as manifestações, deixando claro repúdio ao ex-presidente. A sociedade também criticou a falta de forças policiais para reprimir os desordeiros e apelou aos brasileiros, pedindo para que todos se manifestem em defesa da democracia.
"A SBPC manifesta seu veemente repúdio aos atos de terror promovidos este domingo por golpistas inimigos da democracia, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Esses crimes são decorrência natural da leniência com a qual foram tratados, ao longo dos anos, os que negam a lei, a ordem, o Direito e a democracia", diz a nota disponível no site da SBPC.
Manifestações antidemocráticas
As manifestações foram realizadas por grupos que seguem discursos da extrema-direita e, inclusive, alguns deles financiaram os acampamentos bolsonaristas em Brasília. Em busca de um golpe militar, os manifestantes vandalizaram edifícios, obras de artes, móveis e até agrediram jornalistas e policiais.
Após a invasão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto de intervenção federal na segurança do Distrito Federal, por conta do grave comprometimento da ordem pública no DF. Segundo a decisão, os envolvidos devem receber uma "punição exemplar" pela realização dos atos contra a democracia.