Em 22 de abril de 1904 Robert Oppenheimer nascia em Nova York. Filho de uma pintora e de um importador de produtos têxteis alemão, seus pais mal sabiam que o filho um dia mudaria para sempre a história da humanidade. O jovem Robert, anos mais tarde, seria peça chave na invenção da bomba atômica.
Mas o caminho do garoto de família judia seria ainda muito longo até que se tornasse um físico ilustre. Saiba mais sobre vida e obra daquele que é considerado um dos protagonistas no evento mais marcante do século XX.
Oppenheimer ficou conhecido com o pai da bomba atômica (Fonte: Wikimedia Commons/Los Alamos National Laboratory)Fonte: Wikimedia Commons
Julius Robert Oppenheimer se formou com 17 anos na Escola de Cultura Ética de Nova York como o primeiro da turma. Para os pais, isso não foi uma surpresa. O adolescente cresceu em um apartamento no 11º andar da Riverside Drive, número 155, em Manhattan, cercado de obras de arte de pintores como Van Gogh e Picasso.
Seu pai, que chegou nos Estados Unidos em 1888 sem sequer falar o inglês, conseguiu fazer uma pequena fortuna na América e pode dar aos filhos a educação que não teve. Robert foi admitido em Harvard com 18 anos para se formar em química.
Durante seu percurso acadêmico, destacou-se em diversas matérias, mas principalmente na física, campo em que começou a desenvolver estudos independentes logo no primeiro ano. Em 1925 foi para Cambridge, na Inglaterra, trabalhar no laboratório Cavendish como assistente de J. J. Thomson, o descobridor do elétron.
Anos na Europa
Apesar da sua mente brilhante, Oppenheimer não se adaptou bem ao trabalho de bancada nos laboratórios. No ano seguinte, foi para a universidade de Göttingen, na Alemanha, para estudar física quântica como aluno de Max Born.
A Alemanha, nessa década, viu passar uma profusão de grandes mentes por suas universidades. Nomes como Heisenberg, Pascual Jordan, Pauli, Paul Dirac, Fermi e Edward Teller foram alguns cientistas, e Oppenheimer conheceu todos eles.
Nesse cenário de vívido debate de ideias científicas, com 23 anos Oppenheimer recebeu o seu título de doutor, tendo feito diversas contribuições para o campo da mecânica quântica. A mais famosa dela sendo a teoria da aproximação de Born-Oppenheimer, sua obra mais citada até hoje.
Oppenheimer e sua esposa, Katharine Harrison, durante a cerimônia de casamento (Fonte: Wikimedia Commons)Fonte: Wikimedia Commons
De volta aos Estados Unidos, em 1929, foi convidado a trabalhar em duas das mais importantes universidades do país, no Instituto da Tecnologia da Califórnia - a Caltech - e na Universidade da Califórnia. Incapaz de escolher, o físico passou a dividir seu tempo entre ambas.
Com os anos, Oppenheimer começou a atrair vários jovens estudantes brilhantes ao seu redor. É tido até hoje como um dos grandes professores de física americanos, e com seus alunos continuou desenvolvendo uma série de pesquisas científicas.
Quando o pai morreu, em 1937, Robert e o irmão mais novo, Frank - que também foi um grande físico - dividiram a herança deixada. Três anos depois, Oppenheimer se casou com Katharine Harrison, uma bióloga com quem teria dois filhos. Começava nessa época a segunda guerra mundial.
O que fazia Robert Oppenheimer?
Em 1942, durante o maior conflito que a humanidade já viu, o governo dos Estados Unidos enviava tudo o que pudesse para os esforços de guerra, inclusive seus físicos.
Os americanos pretendiam utilizar a tecnologia nuclear, recém-descoberta, para desenvolver armas de destruição em massa que pudessem ser usadas no conflito. Para isso, convocou algumas das mentes mais brilhantes do país. Foi assim que Oppenheimer foi nomeado para o Projeto Manhattan.
Ele ficou responsável pela supervisão do laboratório de Los Alamos. Os anos seguintes são os mais famosos, e polêmicos, da vida do físico. Ele atuou com empenho no desenvolvimento de uma bomba atômica, com a convicção de que os alemães estariam um passo à frente nessa busca.
Oppenheimer trabalhou junto com outros grandes nomes da época como Albert Einstein (Fonte: Wikimedia Commons)Fonte: Wikimedia Commons
Em 1945 duas bombas atômicas seriam lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, levando ao rendimento do país. A Alemanha já havia se rendido meses antes. No total, quase 250 mil pessoas foram mortas, segundo estimativas.
Após a guerra, Oppenheimer liderou a criação da Comissão de Energia Atômica e foi contra a criação da bomba de hidrogênio, arma de destruição em massa ainda mais potente. Durante a guerra fria, na década de 1950, sofreu investigação do governo e foi destituído do seu cargo, por manter firme sua oposição ao projeto.
Célebre fumante, em 1967, morre de câncer na garganta. Conhecido como Pai da Bomba Atômica em todo o mundo, deixou um legado na comunidade científica e uma marca na história da humanidade.
Fontes