Com a pandemia de covid-19, o álcool em gel chegou para ficar nas nossas vidas. Cientistas espanhóis aproveitaram a popularidade desse novo hábito e desenvolveram um novo método de testagem em massa da doença que tem até 97% de sensibilidade.
A inovação consiste em um questionário rápido que pode ser acessado a partir de um QR Code impresso nas embalagens de um álcool em gel aromatizado. Com as repostas obtidas dos participantes, um software de inteligência artificial é capaz de determinar a existência ou não de sintomas e avaliar o risco de a pessoa estar infectada pelo vírus.
Com álcool em gel aromatizado, cientistas espanhóis desenvolvem novo método de triagem para a covid-19 (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Os pesquisadores da Universidade Rovira i Virgili implementaram esse sistema simples na entrada do Hospital Universitário Sant Joan, onde foi disponibilizado um álcool em gel aromatizado com frutas cítricas - um dos primeiros cheiros que paramos de notar quando estamos infectados com o coronavírus.
Depois de aplicar o produto nas mãos e cheirar por alguns minutos, quase 500 pacientes do hospital preencheram um questionário com informações pessoais básicas (idade, sexo e presença de outros sintomas).
Usando uma inteligência artificial, os pesquisadores filtraram todos os dados coletados e definiram a importância de cada um. Com isso, desenvolveram um sistema capaz de fazer uma triagem e encaminhar possíveis pacientes para os testes de antígenos.
“O sistema que desenvolvemos é baseado em aprendizado de máquina e os resultados do questionário foram usados para gerar um modelo que permite a detecção em massa de casos de covid quando os recursos não permitem testes diagnósticos”, diz Albert Fernandez, um dos autores do estudo, em nota publicada no site EurekAlert.
O novo método garante uma sensibilidade de 97%, muito superior aos testes antígenos de farmácia, que estão se popularizando, mas só garantem 80% de acertos. O novo protótipo está sendo patenteado e deve ser disponibilizado na Europa nas próximas semanas.
ARTIGO Scientific Reports: doi.org/10.1038/s41598-022-19817-x
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