De acordo com um estudo publicado na revista científica PNAS Nexus, cientistas desenvolveram um dispositivo capaz de detectar malária por meio do smartphone. A tecnologia foi criada por uma equipe de cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, e promete fazer o diagnóstico em apenas dez segundos.
Para realizar o diagnóstico, o dispositivo emite um feixe de luz infravermelha no dedo ou orelha de uma pessoa, por um período de cinco a dez segundos — a luz é inofensiva ao ser humano. Então, uma assinatura infravermelha é coletada e processada por um algoritmo de computador. A última etapa é transmissão dos dados para um smartphone emparelhado, responsável por exibir o resultado em tempo real.
Os australianos fizeram o estudo em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz, que usou o detector em pacientes na Amazônia. Inclusive, a Fiocruz, o CNPq e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro ajudaram a financiar a pesquisa.
"A malária infecta os glóbulos vermelhos, causando alterações estruturais e químicas, incluindo a presença de proteínas específicas do parasita. Nossa hipótese é que essas alterações produzem assinaturas únicas para pessoas infectadas em relação às não infectadas", disse a líder da equipe da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Queensland, Dra. Maggy Lord, em um comunicado.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020 foram registrados mais de 241 milhões de casos de malária em todo o mundo.Fonte: Universidade de Queensland
Detector de malária
O uso é bem simples: o usuário deve pressionar o dispositivo no lóbulo da orelha ou na ponta do dedo e, então, apertar no botão de ativação. Assim, a luz infravermelha vai penetrar na corrente sanguínea e indicar se a doença está presente no sangue.
Além de oferecer um diagnóstico em pouquíssimo tempo, o dispositivo também oferece uma solução que agrada às pessoas que não gostam de agulhas. Ele pode ser útil, principalmente, em áreas onde a malária é um problema real.
Segundo a pesquisa, um único dispositivo pode ser realizado para diagnosticar até mil pessoas por dia e custa apenas US$ 2500 (cerca de R$ 13,1 mil na cotação atual). Os pesquisadores afirmam que a opção é muito mais econômica que as atuais formas de detecção da malária.