Síndrome da pessoa rígida: doença neurológica causa dor e limita movimentos

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*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.

A síndrome da pessoa rígida (SPR) é um distúrbio raro que costuma paralisar o movimento das pessoas ao afetar o sistema nervoso central. A condição é autoimune e atinge o cérebro e a medula espinhal do paciente — no início, ela pode até aparecer e desaparecer, mas ao longo do tempo, a rigidez será constante.

A doença, também conhecida como síndrome de Moersch-Woltman, e antigamente chamada de síndrome do homem rígido, causa dores e espasmos musculares intensos. No decorrer dos anos, aqueles que sofrem com a condição podem desenvolver rigidez permanente em áreas importantes do corpo.

O que é a síndrome da pessoa rígida?

A síndrome da pessoa rígida é uma condição autoimune rara que, comumente, começa enrijecendo músculos do tronco, pernas, braços, até chegar em outros músculos do corpo. Alguns casos são piores que outros, já que há pacientes que precisam de tratamento contínuo para manter um pouco de qualidade de vida — outros casos podem levar a uma rigidez extrema que limita a capacidade de andar e se locomover.

Como é muito rara, a síndrome neurológica costuma afetar apenas um paciente em cada um milhão de pessoas, e as mulheres têm duas vezes mais chances de serem diagnosticadas com a condição. Normalmente, os primeiros sinais do problema costumam aparecer entre 30 e 60 anos, contudo, podem ocorrer em qualquer idade.

As pessoas que sofrem com SPR podem desenvolver posturas anormais ou curvadas que, em alguns casos, sofrer com a limitação do movimento.As pessoas que sofrem com SPR podem desenvolver posturas anormais ou curvadas que, em alguns casos, sofrer com a limitação do movimento.Fonte:  Shutterstock 

"A síndrome da pessoa rígida é uma síndrome neurológica rara, imunomediada e caracteriza-se por uma rigidez muscular, que afeta os músculos do tronco, dos braços e pernas. Ocasionalmente, essa síndrome pode ser restrita só a uma perna", disse o neurologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), Alex Baeta, ao G1.

Causas e sintomas

Apesar de surgir em diferentes pessoas, é mais comum que a doença se desenvolva em pacientes com outras doenças autoimunes, como diabete, vitiligo, tireoide e anemia perniciosa. Além disso, a síndrome também está associada a pessoas com câncer de pulmão, cólon, mama, tireoide ou linfoma de Hodgkin.

A causa específica da síndrome da pessoa rígida ainda não foi descoberta, mas os cientistas acreditam que o problema possa surgir como o resultado de uma resposta autoimune que deu errado no cérebro e na medula. Os pacientes diagnosticados também podem sofrer com espasmos musculares causados por estresse emocional, barulhos altos e até ao sentir o toque de outras pessoas.

Em algumas ocasiões, a síndrome pode ser diagnosticada erroneamente e confundida com Parkinson, esclerose múltipla, fibromialgia, ansiedade, fobia ou doença psicossomática. Para ter certeza da doença, os médicos realizam um exame de sangue para medir o nível de anticorpos descarboxilase de ácido glutâmico (GAD) do paciente.

Os cientistas acreditam que a condição é causada por um distúrbio do sistema imunológico que ataca as células saudáveis.Os cientistas acreditam que a condição é causada por um distúrbio do sistema imunológico que ataca as células saudáveis.Fonte:  Shutterstock 

A limitação de movimento e os espasmos da síndrome da pessoa rígida também podem causar:

  • Ansidedade;
  • Depressão;
  • Hiperidrose;
  • Falta de equilíbrio e quedas frequentes;
  • Ossos quebrados por conta dos espasmos.

Ao realizar o exame de sangue, os médicos buscam por níveis elevados de anticorpos GAD, já que pacientes com SPR costumam ter níveis mais altos. O diagnóstico também pode ser realizado por eletromiografia para medir a atividade elétrica nos músculos, ou punção lombar para analisar o fluido espinhal.

Os sintomas podem demorar anos para começar a aparecer, a depender do caso de cada paciente. Comumente, as primeiras sensações são a rigidez do tronco e abdome, mas a condição também pode incluir dores e rigidez no rosto — em casos mais graves, os pacientes podem ficar com a postura curvada e ter dificuldades para se movimentar.

Tratamento

Até o momento, os médicos realizam o tratamento da condição com base nos sintomas dos pacientes, buscando levar mais conforto e melhor mobilidade. Assim, eles tentam controlar os sintomas da rigidez com alguns tipos de medicamentos, como diazepam, clonazepam, baclofeno e gabapentina.

O diazepam é muito usado para o tratamento da síndrome, já que é um relaxante muscular e pode ajudar a aliviar os sintomas.O diazepam é muito usado para o tratamento da síndrome, já que é um relaxante muscular e pode ajudar a aliviar os sintomas.Fonte:  Shutterstock 

Segundo um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame (NINDS), nos Estados Unidos, o tratamento com imunoglobulina intravenosa também é eficaz, até para melhorar o equilíbrio, estresse e sensibilidade ao ruído e ao toque — nesse caso, os pacientes recebem imunoglobulinas de doadores saudáveis.

Outros tratamentos também são baseados em:

  • Plasmaférese;
  • Rituximabe;
  • Transplante de células-tronco;
  • Fisioterapia;
  • Massagem;
  • Terapia com água;
  • Terapia com calor;
  • Acupuntura.

Infelizmente, até o momento, os cientistas não encontraram nenhuma forma de prevenir a doença, que pode ser mais grave e veloz a depender de cada caso. Por isso, é muito importante procurar um médico ao sentir frequentemente os sintomas citados neste texto, pois o tratamento precoce pode aliviar os sintomas e oferecer mais qualidade de vida.

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