Uma revisão bibliográfica, publicada na revista Human Reproduction Update e conduzida por uma equipe internacional de pesquisadores, faz o alerta sobre o decaimento na produção de esperma ao redor do mundo.
Em 2017, a equipe já havia publicado um estudo similar, alertando sobre os riscos que esse achado pode ocasionar para a reprodução humana.
O estudo anterior foi alvo de críticas por contemplar apenas pessoas da Europa, América do Norte e Austrália; já a nova revisão inclui dados mais recentes, e países da Ásia, América do Sul e da África.
Estudo apontou diminuição na contagem de espermatozoides no mundo (Getty Images)
Os 38 estudos que compõem a revisão, foram selecionados dentre milhares de pesquisas, respeitando critérios, como contagem de espermatozoides, forma de coleta das amostras, e condições de saúde dos participantes.
Segundo os dados da meta-análise, nos últimos 46 anos a taxa de produção de esperma vem decaindo, chegando a uma diminuição de 50%.
Para a equipe de especialistas, muito além de um marcador de fertilidade, o decaimento na produção de esperma seria um reflexo das condições de saúde em homens ao redor do mundo.
No entanto, para outros especialistas de saúde e reprodução humana, não há motivos para alarme, já que os níveis se mantêm dentro do esperado.
De acordo com alguns especialistas, os métodos de contagem vêm se modificando ao longo dos anos, e não há como identificar, fidedignamente, se houve um decaimento tão brusco de produção.
Mas, mesmo com as divergências, ambos os grupos concordam que são necessárias mais pesquisas para se compreender as causas, e quais serão os efeitos no longo prazo desse fenômeno.