As máscaras pretas usadas por alguns jogadores em partidas da Copa do Mundo 2022 têm atraído a atenção do público, que se pergunta sua real utilidade. Embora o acessório esteja em destaque devido a memes nas redes sociais, cujas comparações vão desde o Zorro até o logo do Grindr (aplicativo de encontros voltado para para homens gays), no futebol e em outros esportes serve como um item de proteção de alta tecnologia.
Antes de as máscaras protetoras serem levadas aos campos, era comum um atleta que sofria lesão facial ficar afastado até se recuperar totalmente. Por se tratar do maior campeonato futebolístico, que reúne grandes nomes em cada seleção, uma ausência poderia desfalcar seus times e prejudicar o avanço na competição.
Máscaras na Copa do Mundo: proteção para o jogador e para as seleções
Logo, a ideia principal do acessório ortopédico é evitar ou abreviar o tempo longe dos gramados, de modo a manter um atleta com lesão facial em campo. Além disso, visa garantir maior segurança para não agravar o dano e não influenciar no rendimento. No Catar, o equipamento especial foi visto nos rostos de vários jogadores, como Son Heung-min (Coreia do Sul) e Joško Gvardiol (Croácia), que inclusive enfrentaram a seleção do Brasil.
Elas são feitas sob medida a partir de vários materiais, como acrílico, propileno, poliuretano, borracha, resina, fibra de carbono e policarbonato — que oferecem leveza, alta resistência e conforto térmico. Seu design e aplicação são avaliados caso a caso, com alguma delas até mesmo impressas em 3D para se adequar exatamente aos contornos do rosto de cada jogador.
O jogador Son HeungMin, da Coreia do Sul, precisou usar uma máscara protetora durante a Copa do Mundo 2022Fonte: Fonte: Son HeungMin/Instagram/Reprodução
Por exemplo, o sul-coreano Son Heung-min, considerado um dos maiores astros daquela seleção, fraturou a cavidade ocular durante um jogo da Liga dos Campeões no início de novembro. A estrela do Tottenham Hotspur precisou passar por uma cirurgia, o que inclusive colocou em risco sua escalação para a Copa.
Contudo, ele foi declarado apto para atuar em todos os jogos, desde que usasse a máscara, feita de fibra de carbono. Assim, o item de proteção estava presente em sua estreia contra o Uruguai, passando por Gana e Portugal na fase de grupos, até a partida contra o Brasil, nas oitavas de final.
A máscara preta também foi utilizada como proteção por Joško Gvardiol, da Croácia, durante os confrontos do Grupo F contra Marrocos e Canadá. Isso porque o jogador do time, algoz da “Seleção Canarinho”, recuperava-se de uma lesão no nariz, além de ter sofrido ferimentos leves no rosto e nos olhos.
— PAN (@forumpandlr) December 9, 2022
O goleiro iraniano, Alireza Beiranvand, é outro exemplo de alguém que precisou recorrer ao item ortopédico para continuar a partida contra a Inglaterra, após se chocar com um companheiro de equipe na fatídica derrota por 6 a 2.
A máscara também entrou em campo em partidas da Bélgica, com Thomas Meunier, e da Tunísia, usada por Ellyes Skhiri depois de ter fraturado a maçã do rosto no final de outubro. Embora os acessórios tenham ganhado mais destaque nesta Copa do Mundo, não se trata de uma novidade, sendo relativamente comum no futebol.
No início dos anos 2000, já circulavam notícias sobre o uso de máscaras para proteger atletas de maiores danos, até mesmo em campeonatos brasileiros. Inclusive, o método de impressão 3D foi apontado como uma tecnologia pioneira do Brasil.
Assim, o equipamento especial passou por uma série de melhorias em técnicas e materiais ao longo dos anos, como forma de manter em jogo o desempenho de atletas com algum tipo de lesão e sem desfalcar equipes.
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