Copa do Mundo: conheça o sistema de refrigeração dos estádios da competição

Uma das grandes questões para a realização da Copa do Mundo da FIFA no Catar em 2022, as altas temperaturas do país peninsular árabe, fez com que a competição tivesse o seu cronograma alterado do meio do ano para o final. Apesar disso, um outro desafio – o da refrigeração dos estádios – demandou um sistema revolucionário idealizado pela equipe do sudanês Saud Abdulaziz Abdul Ghani, por isso chamado dr. Cool ("fresco" em inglês).

Embora o pico das altas temperaturas – que podem chegar a 50º C – ocorra entre os meses de março e outubro, a instalação da tecnologia, que foi inaugurada em 2017 no Estádio Internacional Khalifa em Doha, e estendida agora a mais seis estádios, irá assegurar a realização de eventos esportivos durante o ano todo.

Saud Abdulaziz Abdul Ghani, o dr. Cool, em estádio usado na Copa do Mundo 2022Fonte:  FIFA/Divulgação 

Os chamados sistemas de refrigeração energeticamente eficientes começaram a ser projetados tão logo o Catar conquistou o direito de sediar o torneio mundial em 2010. Através de uma parceria firmada entre o Comitê Supremo de Entrega e Legado e a Universidade do Catar, o dr. Saud foi chamado para pôr em prática os seus estudos sobre resfriamento.

Como é a tecnologia de resfriamento do Dr. Cool?

Com exceção do Estádio 974, que é desmontável e possui ventilação natural, todos os estádios da Copa do Mundo 2022 têm a tecnologia do Dr. Cool instalada, embora em cada um deles sejam feitas mudanças para se adaptar ao design e aos recursos do local. Em todos, no entanto, o ar é resfriado com o uso de energia solar e distribuído nas arquibancadas e nas laterais do campo, por grelhas e grandes bocais.

Em um comunicado, o dr. Saud compara as técnicas de isolamento e resfriamento pontual ao mesmo que ocorre em um veículo, “mas obviamente em uma escala muito maior”. O resfriamento pontual significa resfriar apenas as áreas mais demandadas pelas pessoas, como o gramado e as arquibancadas. “A forma de cada estádio funciona como uma barreira, que contém uma bolha fria em seu interior”, conclui o engenheiro.

A tecnologia não é patenteada e pode ser usada livremente por outros países quentes, como o Brasil. O equipamento circula, resfria e depois filtra o ar, empurrando-o em seguida em direção aos torcedores e jogadores. “Cada estádio é refrigerado a uma temperatura confortável de cerca de 20 graus, com resfriamento local que reforça nosso a compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente”, garante o dr. Cool.