*Este texto foi escrito com base em artigos científicos, informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Para uma melhor orientação sobre o consumo de qualquer medicamento, procure um médico ou farmacêutico.
O zolpidem, um remédio usado contra insônia, tem recebido bastante atenção da mídia nos últimos dias. Seus efeitos colaterais, sejam os desejados ou não, têm chamado a atenção e causado pavor entre usuários do medicamento.
A medicação já esteve entre os trending topics do Twitter, com relatos de experiências inusitadas, vividas por quem tem problemas para dormir.
Nos anos de 1990, essa medicação foi lançada como um tratamento eficaz e seguro contra a insônia, e se usado da maneira indicada, pode ser um importante aliado contra o distúrbio do sono.
Mas o uso prolongado da medicação pode ocasionar dependência, e riscos em potencial à segurança dos usuários.
Saiba mais sobre a medicação, seus efeitos colaterais e como reconhecer os riscos.
Utilizado para o tratamento de insônia, o zolpidem pode se tornar um problema quando utilizado sem prescrição médica.Fonte: Shutterstock
O que é o zolpidem e como funciona?
O zolpidem é uma medicação utilizada no tratamento da insônia. Ele tem função hipnótica, que induz o sono de forma eficaz, modulando os receptores de GABA.
É como se para dormir nosso cérebro tivesse um interruptor, e o zolpidem soubesse onde ele está, e como desligá-lo.
Essa especificidade da medicação, que atua somente nesses receptores, eram a grande promessa de uma medicação com menos efeitos colaterais a longo prazo, ao contrário das medicações com benzodiazepínicos.
Os remédios de gerações anteriores, que induzem o sono, podiam causar problemas cognitivos ao longo do tempo de uso, dependência e a necessidade de aumento da dose, ao passo que o corpo criava tolerância a medicação.
Mas a promessa do zolpidem se mostrou com algumas falhas, quando utilizado da maneira errada.
De acordo com dados da Associação Brasileira do Sono, ao menos 73 milhões de pessoas em nosso país, sofrem com o distúrbioFonte: Shutterstock
O zolpidem é seguro?
Sim, a medicação é segura, desde que seja utilizada da maneira adequada, e não ultrapassando o limite de 4 semanas.
De acordo com especialistas, o zolpidem deve ser utilizado como tratamento de curto prazo, e caso seja necessária a manutenção de controle medicamentoso, outra medicação deve ser escolhida.
Sempre consulte seu médico e o informe sobre a evolução do seu quadro de insônia. Quando possível, opte por medidas naturais para um sono de qualidade.
Além do uso de medicações, terapias e medidas de higiene do sono também podem ser utilizadas como tratamento para insôniaFonte: Shutterstock
- Veja mais: Qual a melhor posição para dormir?
Os famosos efeitos colaterais
Apesar de seguro, o zolpidem chama a atenção não por sua eficácia, mas devido aos efeitos colaterais indesejados.
A indicação é de que a medicação seja utilizada quando a pessoa já estiver deitada para dormir, e que não se levante.
Mas como o remédio pode levar até uma hora para fazer efeito, algumas pessoas tomam a medicação antes de se deitar, e realizam algumas tarefas.
Isso estimularia os efeitos indesejados, que incluem: sonambulismo, amnésia e alucinações.
Não são raros os relatos de pessoas que saíram de casa dirigindo, limparam a casa, cozinharam e se alimentaram sob o efeito da medicação, mas que ao despertar na manhã seguinte, não tinham nenhuma memória sobre os acontecimentos.
Esses episódios colocam as pessoas em risco, e devem ser relatados ao médico.
No dia seguinte, as pessoas não se lembram do que fizeram durante a noiteFonte: Shutterstock
Por que isso acontece?
Quando lançado, se acreditava que o zolpidem não causaria dependência, e nem tolerância. No entanto, o cenário tem se mostrado diferente.
Com dito anteriormente, o tratamento com zolpidem deve ser de curta duração, não superando 4 semanas.
No entanto, as pessoas têm feito tratamentos prolongados com a medicação. Com o passar do tempo, as doses iniciais não fazem mais efeito, e ocorrem despertares durante a noite.
Inadvertidamente, as pessoas tomam novas doses, havendo relatos de pessoas que tomam até 30 comprimidos para conseguir o mesmo efeito de sono.
Com isso, o corpo começa a reagir de forma anômala, provocando sonambulismo, amnésia e problemas de atenção no dia posterior.
Além desses efeitos, a medicação também pode causar humor deprimido e problemas de memória e atenção, a longo prazo.
O zolpidem pode causar overdose, e não deve ser utilizado com outras medicações inibidoras do sistema nervosoFonte: Shutterstock
Outros riscos
O zolpidem também tem efeito sedativo e pode causar overdose. Não deve ser utilizado com outras substâncias que possam inibir o sistema nervoso central, podendo causar perda de consciência e dificuldade respiratória.
A medicação não deve ser utilizada a longo prazo, superando as 4 semanas, e não deve ser utilizada dose maior do que a recomendada.
A medicação é segura, no entanto, caso você apresente qualquer sinal adverso, procure seu médico para que juntos possam traçar o melhor tratamento, e se necessário, a substituição da medicação.