Dados divulgados na sexta-feira (11) pela iniciativa Monitor do Fogo – mapeamento mensal de cicatrizes de fogo para o Brasil – revelou aos participantes da COP27 que nosso país teve 80% mais incêndios florestais entre os meses de janeiro e outubro deste ano em relação ao mesmo período em 2021.
Foram queimados, em 2022, 2.426.597 milhões de hectares de floresta, dos quais 85% ocorreram na Amazônia. O aumento de incêndios nessa região foi de 111%, com 2 milhões de hectares destruídos pelo fogo, ou seja, mais que o dobro dos 976 mil hectares queimados em 2021.
Visão aérea de incêndio na AmazôniaFonte: Getty Images
Implantado em 2019, o Motor de Fogo compara mosaicos mensais de imagens multiespectrais do satélite Sentinel 2, e faz parte do MapBiomas que é produzido por uma rede colaborativa de cocriadores constituída por ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas e temas transversais: o SEEG/OC.
O bioma que mais queimou no Brasil
Se os números da Floresta Amazônica são estarrecedores, foi o Cerrado, que concentrou 48% de toda a área queimada no Brasil até outubro, o bioma que mais queimou. O crescimento de incêndios no Cerrado foi de 17% em comparação com o ano anterior, com um total de 7,4 milhões de hectares destruídos pelo fogo em 2022.
Quando se trata de bioma, a Amazônia ficou em segundo lugar, com seus 7,1 milhões de hectares (47% da área total) queimados no Brasil. Somente no mês de outubro, 1,3 milhões de hectares pegou fogo na Amazônia, alta de 74% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com a diretora de Ciência no IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, “durante o período das eleições, testemunhamos recordes de derrubadas na região [florestas da Amazônia]”. A área total queimada no país, de janeiro a outubro de 2022 (15,2 milhões de hectares) é maior do que o estado do Ceará, diz a geógrafa.
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