Na última segunda-feira (7), o presidente eleito nas últimas eleições, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou sobre o retorno do horário de verão em uma enquete realizada no Twitter — a mudança de horário foi cancelada em 2019, pelo governo de Jair Messias Bolsonaro (PL). A medida pode ser uma das primeiras mudanças sugeridas em seu mandato, que vai iniciar em janeiro de 2023.
Alguns dias antes, o ator Bruno Gagliasso também publicou uma mensagem no Twitter direcionada ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, comentando sobre o retorno do horário de verão.
Governo que consulta a população. O que vocês acham da volta do horário de verão?
— Lula (@LulaOficial) November 7, 2022
“O principal objetivo do Horário de Verão era o melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial, adiantando-se os relógios em uma hora, de forma a reduzir a concentração de consumo no horário entre 18h e 21h”, está descrito em uma página oficial do governo federal.
Se a decisão trouxer de volta o horário especial, haverá o adiantamento dos relógios em uma hora. Apesar de não parecer, a mudança é maior que apenas ganhar mais tempo de luminosidade ou que reduzir os valores das contas de luz.
Mudança afeta o relógio biológico
O corpo humano funciona de acordo com um relógio biológico e, por isso, o nosso sistema nervoso determina os horários em que estamos com sono, fome e disposição, seja física ou mental. Assim, a consequência mais comum causada pela mudança é o desajuste da nossa 'agenda' biológica.
As sensações mais comuns ao sofrer mudanças no horário biológico são: sonolência, cansaço e redução de atenção. Por isso, em algumas situações, as pessoas podem perceber a diminuição no rendimento no trabalho ou nos estudos. Felizmente, o período de adaptação ao horário de verão dura de cerca de uma semana.
O horário de verão foi implementado no Brasil pela primeira vez em 1931.Fonte: Unsplash
"O hormônio cortisol, que é liberado no organismo antes do indivíduo despertar, tem a função de prepará-lo para as atividades do dia. Uma alteração forçada no ritmo biológico de cada um provoca uma série de problemas de ordem física", diz a especialista em cronobiologia e professora do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, Miriam Mendonça Morato Andrade.
Horário de verão afeta o coração?
Com a nova medida, uma das principais mudanças pode ser a dificuldade para dormir no horário programado, já que os relógios são adiantados em uma hora. Assim, quem sofrer para dormir durante o período também deve se sentir mais sonolento durante a manhã.
O problema é que a privação de sono pode prejudicar diferentes funções no corpo humano, como o aumento do risco de doenças cardiovasculares. Dessa forma, algumas pessoas podem ter mais propensão a sofrer com diferentes condições no coração, como hipertensão e infarto.
Para ajudar em uma adaptação mais tranquila ao horário de verão, os médicos sugerem manter uma boa rotina para dormir e acordar, além de evitar alimentos pesados e bebidas energéticas antes de se deitar. Segundo o Hospital do Coração (Hcor), os exercícios físicos são sempre importantes, mas podem ajudar ainda mais durante o período de adaptação da mudança.