*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
Apesar de não vermos com frequência campanhas de combate ao câncer de bexiga, ao redor do mundo, esse é o 10º tipo mais comum da patologia. Quando diagnosticado de forma precoce, as chances de cura são excelentes.
No Brasil, em uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre os anos de 2020 e 2022, esperava-se ao ano ao menos 7.590 novos diagnósticos em homens, e 3.050 em mulheres.
Esse tipo de câncer tem maior prevalência em homens acima dos 55 anos, e há fatores de risco ligados ao risco ocupacional de algumas profissões.
Veja quais são os riscos, sintomas, diagnóstico e tratamento para este tipo de câncer.
Existe mais de um tipo de câncer de bexiga?
A bexiga é um órgão localizado na pelve, que recebe a urina produzida nos rins através de ureteres, e armazena o líquido até que seja eliminado pelo corpo, através da uretra.
A bexiga, os ureteres e a uretra são revestidos por células chamadas uroteliais. Quando há um erro na forma como essas células se reproduzem, elas podem formar tumores, em qualquer uma dessas três regiões.
Esse é primeiro tipo: carcinoma urotelial, mais comum e prevalente em 90% dos casos.
O segundo tipo é o carcinoma de células escamosas. Esse tipo de câncer está ligado a processos contínuos de irritação crônica da bexiga, que podem ser oriundos de infecções, contato com produtos químicos, medicações, entre outros fatores.
O terceiro tipo é adenocarcinoma. É muito raro, e afeta as células produtoras de muco que existem na bexiga.
Imagem ilustrativa. As células mutadas, que formam o câncer, crescem de maneira desordenada e descontrolada, atingindo tecidos saudáveis, os matandoFonte: Foto de turek/Pexel
Quais são as causas e os fatores de risco?
Entre as causas de câncer de bexiga, o tabagismo ganha destaque. O cigarro contém substâncias químicas eliminadas na urina. Isso causa irritação constante do órgão, o que pode gerar a mutação das células, e o desenvolvimento de câncer.
Ainda relacionado ao contato com agentes químicos, trabalhadores de indústrias têxteis, tinturas, fabricação de vidros, metalúrgicos, entre outros, também estão em risco de contaminação e desenvolvimento de câncer.
Ao todo, o INCA fez o levantamento de 28 profissões que estão em risco direto. Você pode conferir as profissões no infográfico.
Relacionados a idade e sexo, homens acima dos 55 anos são mais propensos ao desenvolvimento de câncer de bexiga. Mas a patologia pode se apresentar em qualquer idade.
Além disso, fatores genéticos hereditários, mesmo sendo raros, tratamento a outros tipos de câncer, infecções urinárias de repetição e uso de sonda por tempo prolongado, são alguns outros fatores de risco.
Quais são os sintomas?
O sintoma mais comum de câncer de bexiga é a presença de sangue na urina. Também pode haver:
- Dor na região da pelve;
- Dor nas costas;
- Aumento da micção (fazer xixi).
Caso você note alguns desses sintomas, ou outras diferenças, procure orientação médica.
Nem sempre há presença de dor. Fique atento a sinais na mudança da cor e frequência da urinaFonte: Foto de Kindel Media/Pexels
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser realizado de diversas maneiras, desde a análise da urina, até exames mais complexos, como ressonâncias magnéticas.
O exame diagnóstico mais comum é a chamada cistoscopia, onde uma sonda é introduzida através da uretra, verificando se há sinais de lesões na bexiga, através da microcâmera.
Como é feito o tratamento?
O tratamento será mais conservador, ou mais invasivo, dependendo da gravidade do câncer.
Em estágios iniciais, quando o câncer está localizado apenas nas camadas de revestimento da bexiga, a cirurgia para retirada apenas da porção afetada, e o tratamento concomitante de quimioterapia, ou radioterapia, pode ser a opção escolhida pelo profissional.
Mas quando o câncer já está em estágios mais avançados, afetando a musculatura da bexiga, procedimentos mais drásticos como a retirada da bexiga podem ser necessários.
O tratamento irá depender do estágio do câncer.Fonte: brgfx/Freepik
Mesmo que o tratamento possa ser efetivo, será necessário acompanhamento por anos do quadro, a fim de descartar a possibilidade de retorno da doença.
O tipo, tempo e qual tratamento é o mais adequado só pode ser direcionado pelo médico responsável pelo acompanhamento do paciente.
Cada câncer é único, assim como quem o tem. Sendo assim converse com seu médico e veja quais são as possibilidades de tratamento.
Há prevenção?
Sim. A melhor forma de prevenção é um estilo de vida saudável, evitando cigarro e produtos de tabaco, praticando exercícios, e principalmente mantendo seus exames em dia.
Quando há diagnóstico precoce, as chances de cura são excelentes. Indo na contramão do ditado popular: quem procura, cura!
Fontes
