Na última sexta-feira (4), foi publicado um estudo em que astrônomos afirmam ter detectado o buraco negro mais próximo da Terra, localizado a apenas 1.600 anos-luz de distância. Usando o Observatório Internacional Gemini, no Havaí (EUA), operado pelo NOIRLab da Fundação Nacional da Ciência (NSF), os pesquisadores conseguiram descobrir o objeto astronômico, apelidado de Gaia BH1.
A descoberta marca o primeiro registro de um buraco negro de massa estelar adormecido na Via Láctea — normalmente, esses objetos pesam entre 5 e 100 vezes mais que a massa do Sol e a maioria, dos poucos que foram encontrados, estão ativos.
Segundo os dados, o Gaia BH1 é cerca de 10 vezes maior que o nosso Sol e está a apenas 1.600 anos-luz da Terra, ou seja, três vezes mais que o último buraco negro identificado como ‘o mais próximo’ do nosso planeta, na constelação de Monoceros. A detecção aconteceu por acaso, enquanto a equipe de cientistas analisava dados do Gaia, um telescópio espacial da Agência Espacial Europeia.
Segundo os cientistas, ainda existem lacunas importantes para entender mais sobre a história do Gaia BH1Fonte: Reprodução/NOIRLab
“Embora tenha havido muitas detecções reivindicadas de sistemas como este, quase todas essas descobertas foram posteriormente refutadas. Esta é a primeira detecção inequívoca de uma estrela parecida com o Sol em uma ampla órbita em torno de um buraco negro de massa estelar em nossa galáxia”, disse o astrofísico e principal autor do estudo, Kareem El-Badry.
Buraco negro: Gaia BH1
Originalmente, o telescópio capturou dados que correspondiam à gravidade de um objeto massivo invisível. Com o intuito de entender melhor, os astrônomos usaram as ferramentas do Observatório Internacional Gemini para medir as informações e descobriram que uma estrela orbitava o buraco negro.
Como está desativado, o Gaia BH1 se torna quase identificável, pois suas informações se misturam com os dados do ambiente. Por sorte, os pesquisadores conseguiram analisar a estrela que o orbitava para entender melhor sobre o buraco negro.
“Nossas observações de acompanhamento do Gemini confirmaram, além de qualquer dúvida razoável, que ele contém uma estrela normal e pelo menos um buraco negro adormecido. Não conseguimos encontrar nenhum cenário astrofísico plausível que possa explicar a órbita observada do sistema que não envolve pelo menos um buraco negro”, El-Badry destacou.
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