Faleceu no sábado (5), aos 89 anos, um dos maiores físicos brasileiro, o pesquisador e professor universitário Herch Moysés Nussenzveig. A morte foi anunciada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde o cientista era professor emérito.
De ascendência judaica, o professor Nussenzveig graduou-se em 1954 e obteve seu doutorado em Física em 1957 pela USP. Fez estágios de pós-doutoramento na Holanda, nas universidades de Eindhoven (1958) e Utrecht (1959), no Instituto Nacional de Tecnologia de Zurique na Suíça (1960) e na Universidade de Birmingham (1960), na Inglaterra.
Os trabalhos do professor Nussenzveig
Auréola criada pelo tunelamento da luz. (Fonte: Nussenzveig et al./Divulgação)Fonte: Nussenzveig et al.
Segundo a UFRJ, “Ao longo da sua trajetória acadêmica, o docente participou ativamente da elaboração e construção de importantes centros de pesquisa, considerados relevantes para a pesquisa em física no Brasil”. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Mundial de Ciências (TWAS) e da Sociedade Americana de Física, Nussenzveig fundou em 1982 a Academia de Ciências da América Latina (Acal).
Suas pesquisas envolviam principalmente aproximações uniformes, com base na nova formulação da chamada teoria do "espalhamento Mie" de uma onda plana eletromagnética por uma esfera. Esse fenômeno é parecido com o que ocorre na atmosfera quando ondas provenientes do Sol são espalhadas por gotículas de água suspensas no ar.
De forma singela, o professor Nussenzveig definiu seu trabalho em entrevista ao Estadão, em 2012, como uma abordagem aos "fenômenos visualmente mais belos da natureza, o arco-íris e a auréola, uma coroa de anéis coloridos em torno da sombra de um avião projetada nas nuvens. Vale a pena procurar vê-la!”.
Nussenzveig foi autor de uma série de livros didáticos de física para ensino superior que estão entre os mais usados atualmente nas universidades brasileiras.