Novas informações sugerem que cientistas do Laboratório Nacional de Doenças Infecciosas Emergentes da Universidade de Boston (NEIDL) criaram uma versão híbrida do coronavírus que pode ser mais letal que as atuais mutações do vírus. Após a notícia controversa se popularizar nas redes sociais, milhares de usuários ficaram indignados por pensarem que os pesquisadores criaram uma versão mais perigosa da doença infecciosa.
Enquanto alguns usuários apontaram que foi uma "atitude totalmente irresponsável", outros afirmam que foi "loucura" criar um vírus híbrido mais letal. Contudo, a Universidade de Boston afirma que não criou uma versão do coronavírus mais perigosa e, na realidade, a organização diz que a nova pesquisa criou um vírus menos letal.
“Eles 'sensacionalizaram' a mensagem, deturparam o estudo e seus objetivos em sua totalidade”, disse o diretor do NEIDL e presidente de microbiologia da Univesidade de Boston, Ronald B. Corley.
Além da confusão de informações, outro problema responsável pela comoção online foi a falta de esclarecimento dos pesquisadores ao Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), um dos financiadores do estudo. Os cientistas também não descreveram se os experimentos poderiam criar um patógeno aprimorado de potencial pandêmico (ePPP).
O NIAID afirmou que conversará com os pesquisadores do estudo nos próximos dias para entender melhor a pesquisa.Fonte: Shutterstock
Um vírus menos letal
O novo vírus foi desenvolvido com amostras da mutação Omicron, anexando sua proteína ao vírus SARS-CoV-2 original. Ao realizarem testes em camundongos, a nova versão foi responsável por matar 80% dos ratos.
Isso quer dizer que o vírus é um pouco mais grave que a variante Omicron original. Contudo, ele ainda é menos letal que a variante original do coronavírus, encontrada em Wuhan, na China, já que ela matou 100% dos ratos infectados em testes.
Segundo os pesquisadores da NEIDL, o desenvolvimento da nova versão foi realizado para estudar como o Omicron evita a imunidade a outras cepas e causa taxas menores de infecções graves. O estudo foi publicado no banco de dados de pré-impressão bioRxiv e ainda não foi revisado por pares para publicação em revista científica.
“Queremos abordar as reportagens falsas e imprecisas sobre a pesquisa COVID-19 da Universidade de Boston, que apareceu hoje no Daily Mail. Primeiro, esta pesquisa não é uma pesquisa de ganho de função, o que significa que não amplificou a cepa do vírus SARS-CoV-2 do estado de Washington ou a tornou mais perigosa. Na verdade, essa pesquisa fez com que o vírus se replicasse menos perigoso”, afirmou a Universidade de Boston em comunicado.
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