A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada por 1 dos 3 tipos de poliovírus (sorotipos 1, 2, 3). Ela afeta, principalmente, crianças abaixo de 4 anos, mas também pode ocorrer em adultos.
A melhor forma de prevenção é garantir que crianças abaixo de 5 anos recebam as 5 doses da vacina em dia. Graças a uma grande campanha de vacinação, o Brasil está livre de casos da doença desde 1989.
Graças às campanhas de vacinação, o Brasil está livre da pólio há mais de 30 anos (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
A forma mais comum de transmissão do vírus acontece pela via fecal-oral, ou seja, contato da boca com objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. Apesar de menos comum, o contágio também pode ocorrer pela via oral-oral, por gotículas de saliva ao falar, tossir ou espirrar.
Por que o vírus da poliomielite causa paralisia?
Os sintomas variam de acordo com a forma da doença e as partes do corpo que acabam sendo afetadas pela infecção. A princípio, o vírus se multiplica na garganta e nos intestinos, desenvolvendo a forma não paralítica da doença.
Nesse caso, os sintomas podem ser febre, náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), diarreia e dor na garganta, no corpo e no abdômen.
A gravidade aumenta quando o poliovírus cai na corrente sanguínea e é levado até o cérebro. Quando atinge o sistema nervoso, a doença pode atacar as meninges (membranas que protegem o sistema nervoso central) e causar uma meningite viral.
O vírus da poliomielite pode causar paralisia dos membros ou de outros órgãos se cair no sistema nervoso. (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Além disso, o vírus pode infectar os neurônios motores, levando ao desenvolvimento da forma paralítica da doença, visto que uma das principais funções dos neurônios motores é levar os impulsos nervosos até os músculos para que eles realizem os movimentos de forma correta.
Quando infectadas pelo poliovírus, essas células morrem e deixam de cumprir seu papel no controle dos movimentos musculares. Se os neurônios mortos são responsáveis pelo controle dos membros inferiores, o resultado vai ser a paralisia de uma das pernas.
Se o vírus atacar as células que controlam os músculos respiratórios ou os de deglutição, podem levar a pessoa à morte.
Qual é a idade para tomar a vacina da poliomielite?
Ainda não existe cura para a pólio, a meningite ou a paralisia. O tratamento é feito para aliviar os sintomas. Embora higiene pessoal seja uma maneira de evitar a contaminação, a forma mais importante de prevenção é a vacina.
Por isso, é tão importante que todas as crianças abaixo de 4 anos sejam vacinadas. O esquema vacinal para a poliomielite conta com 5 doses de 2 vacinas diferentes. Veja-o a seguir.
- 3 doses da vacina injetável contra poliomielite (VIP) — que carrega o vírus inativado (ou “morto”):
- 1ª dose injetável: aos 2 meses;
- 2ª dose injetável: aos 4 meses;
- 3ª dose injetável: aos 6 meses.
- 2 doses da vacina oral contra poliomielite (VOP) — com uma forma viva atenuada, incapaz de causar paralisia:
- 1ª dose de reforço: 15 meses;
- 2ª dose de reforço: 4 anos.
Apesar de a pólio ter sido erradicada no Brasil e nas Américas na década de 1990, enquanto a cobertura vacinal estiver abaixo de 95% o Brasil corre o risco do retorno da doença. Atualmente, menos de 70% dos bebês abaixo de 1 ano tomaram as 3 primeiras doses.
Quem é vacinado pode pegar poliomielite?
A baixa taxa de crianças vacinadas deixa o país suscetível à vinda do vírus de países onde a doença ainda circula livremente. Além disso, crianças com esquemas incompletos correm o risco de tomar as doses da vacina na ordem errada.
Os pequenos que não forem imunizados corretamente com a forma inativa do vírus (da VIP) ao receberem a VOP (que contém uma forma viva e enfraquecida do vírus) podem liberar partículas virais nas fezes, representando risco de contaminação para pessoas não vacinadas.
A ampla cobertura vacinal é o fator que impede a ressurgência da doença no Brasil, mas ela tem caído nos últimos anos. (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
A livre circulação do poliovírus permite-o sofrer mutações, modificando-se e, eventualmente, voltando a causar paralisia. Desse modo, a diminuição do número de imunizados coloca em risco não só as crianças individualmente, mas também todos os brasileiros.
- Leia também: Anemia: conheça as causas e os sintomas da doença
A poliomielite já foi uma das doenças infantis mais temidas do mundo. Conhecida desde o século 19, hoje está quase erradicada no planeta. Com o aumento dos esforços vacinais e a ampliação das campanhas, nós podemos, nos próximos anos, colocar de uma vez por todas um ponto-final nesse episódio da história das nossas crianças.