Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC) identificaram que o defeito de uma microproteína presente nas mitocôndrias aumenta em até 30% as chances de o indivíduo desenvolver a doença de Alzheimer. A pesquisa foi publicada na revista científica Molecular Psychiatry.
Sendo a principal causa de demência em idosos, Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, que causa perda de memória e decaimento cognitivo ao longo dos anos.
Estudos anteriores já identificaram alguns fatores genéticos que podem aumentar as chances do desenvolvimento da doença, mas agora, os pesquisadores identificaram um novo gene no DNA mitocondrial, que parece ter um papel fundamental para que isso ocorra.
A doença de Alzheimer também tem características hereditárias.Fonte: Shutterstock
O gene recentemente identificado foi correlacionado pelos pesquisadores da Escola de Gerontologia Leonard Davis da USC, com a produção defeituosa de uma proteína chamada de SHMOOSE.
De acordo com os pesquisadores, a proteína parece exercer uma modificação na sinalização e no metabolismo nas células do sistema nervoso central. Sendo assim, as chances de atrofia das células nervosas, e o desenvolvimento da doença de Alzheimer parecem ter uma ligação direta.
Mas não apenas foi identificado o problema. Para Pinchas Cohen, professor de gerontologia, medicina e ciências biológicas que participou do estudo, "esta descoberta abre novas e excitantes direções para o desenvolvimento de terapias baseadas em medicina de precisão para a doença de Alzheimer, com foco em SHMOOSE como alvo.”
Para os pesquisadores, proteínas similares a SHMOOSE podem ser facilmente administradas, e podem ter alto valor terapêutico, diminuindo os efeitos negativos da mutação.
Além disso, os cientistas esperam que esta forma de terapia seja eficaz não apenas para o tratamento do Alzheimer e demais doenças neurodegenerativas, mas também contribua para o tratamento de outras doenças relacionadas ao envelhecimento.