Dois estudos publicados em setembro no New England Journal of Medicine concluíram que a telemedicina é eficaz e não reduz o acesso a cuidados médicos especializados. Um deles analisou dados de antes e durante a pandemia de covid-19; o outro, estudou serviços de saúde mental para asilos em um modelo híbrido que incluía a telemedicina.
Os mitos que, segundo os pesquisadores, caíram por terra, foram: que a telemedicina reduziria o acesso aos cuidados para os pacientes mais vulneráveis e sem acesso a serviços digitais; que a prática incentivaria o uso excessivo da telemedicina e que a telemedicina não seria uma forma eficaz de prestar cuidados de saúde.
Segundo Kathleen Fear, principal autora do primeiro artigo, “para os pacientes, a mensagem é clara e tranquilizadora: a telemedicina é uma maneira eficaz e eficiente de receber muitos tipos de cuidados de saúde.”
Estudos mostraram que impacto da telemedicina é positivoFonte: Shutterstock
Ela continuou: “Especialmente para aqueles com desafios de transporte, é um serviço que realmente preenche uma lacuna – e, fundamentalmente, não compromete a qualidade do atendimento que os pacientes recebem.”
Fear ressaltou que, além de os pacientes mais vulneráveis não ficarem para trás, não houve piores resultados, aumento de custos ou evidências de uso excessivo do modelo de atendimento.
A equipe comparou dados de julho a dezembro de 2020, após o primeiro surto de covid nos EUA, com dados pré-pandemia de julho a dezembro de 2019. A análise foi feita por revisão dos dados demográficos do paciente, resultados, uso do provedor, visitas concluídas e mais.
Já o segundo estudo, com os idosos e modelo híbrido de atendimento - presencial e online -, concluiu que o programa melhorou o acesso aos cuidados de saúde mental e reduziu o número de residentes que necessitavam de medicação antipsicótica.
O estudo foi feito nos Estados Unidos, país com melhor infraestrutura de internet e mais acesso a dispositivos eletrônicos do que o Brasil. Assim, os dados não podem ser diretamente aplicados por aqui.
Artigos:
NEJM - http://dx.doi.org/10.1056/CAT.22.0086.
NEJM - https://doi.org/10.1056/CAT.22.0196.
Fontes