Anéis de Saturno podem ser 'restos mortais' de lua que chegou perto demais

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Os belos anéis de Saturno são a marca registrada desse gigante gasoso. Apesar de não serem os únicos do sistema solar - Urano e Netuno também possuem os seus -, são definitivamente os mais icônicos.

Quem olha para eles, entretanto, não imagina que está vendo os restos mortais de um antigo satélite que orbitava o planeta. Ou pelo menos é o que indica um novo estudo publicado na revista científica Science.

Anéis de Saturno podem ser vestígios de uma lua que não existe mais (Fonte: Shutterstock)Anéis de Saturno podem ser vestígios de uma lua que não existe mais (Fonte: Shutterstock)Fonte:  Shutterstock 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram dados coletados pela missão Cassini, da NASA, que circulou o planeta entre os anos de 2004 e 2017. A princípio era a inclinação do planeta que intrigava os astrônomos.

O planeta tem um desvio de cerca de 27 graus em relação ao seu eixo que poderia ser um efeito gravitacional de seus vizinhos, principalmente de Netuno, mas o orbitador contou uma história diferente: os dois vizinhos já haviam se desvinculado há muitos anos.

Os dados, entretanto, apontaram para o caminho de uma nova hipótese. Eles estabeleceram que os anéis saturnianos deveriam ter surgido há cerca de 160 milhões de anos - pode parecer muito, mas para comparação, Saturno tem 4,5 bilhões de anos de idade.

Isso significa que toda essa grande quantidade de material orbitando o gigante gasoso não estava espalhada nos discos que conhecemos hoje. O mais provável é que ela estivesse antes reunida dentro de uma lua.

Batizada de Crisálida, os pesquisadores chegaram à conclusão de que esse antigo satélite se aproximou demais do planeta e foi desintegrado pelo efeito da forte gravidade. A teoria da lua perdida também explica a inclinação incomum do gigante.

“Assim como a crisálida de uma borboleta, este satélite estava adormecido e de repente se tornou ativo, e os anéis surgiram”, diz Jack Wisdom, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e autor do estudo.

ARTIGO Science: doi.org/10.1126/science.abq3184

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