Pessoas com 65 anos ou mais têm um risco até 80% maior de desenvolver Alzheimer em até um ano após contrair a covid-19. Os dados são resultado de um estudo conduzido nos Estados Unidos.
Para chegar a esse valor, os pesquisadores coletaram e analisaram os registros eletrônicos de 6,2 milhões de idoso americanos que receberam algum tipo de tratamento médico entre 2020 e 2021. Nenhum deles tinha diagnóstico prévio de Alzheimer.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa sem cura (crédito: Shutterstock)
Essa amostra da população foi dividida em duas: 400 mil pessoas foram colocadas no grupo que teve covid-19. Os demais foram usados para comparação entre infectados e pacientes saudáveis.
Os resultados mostraram que o risco para desenvolver a doença de Alzheimer quase dobrou, de 0,35% entre pessoas que não tiveram covid-19 para até 0,68% entre aqueles que sofreram com a infecção pelo coronavírus.
O aumento variou de 50% a 80% em diferentes grupos. As maiores cifras foram encontradas entre mulheres com mais de 85 anos, o que revela uma vulnerabilidade grande entre essa parcela da população.
Ainda não está claro para os pesquisadores se o SARS-Cov-2 desencadeia processos biológicos que resultam no Alzheimer ou se o vírus apenas acelera o desenvolvimento de uma condição que está latente.
“Se esse aumento de novos diagnósticos da doença de Alzheimer for mantido, a onda de pacientes com uma doença atualmente sem cura aumentará substancialmente”, diz em nota Pamela Davis, professora da Case Western Reserve University (Ohio/EUA) e autora do estudo.
“A doença de Alzheimer é uma doença séria e desafiadora. É importante continuar a monitorar o impacto desta doença no futuro”, diz a cientista
ARTIGO Journal of Alzheimer's Disease: doi.rog/10.3233/JAD-220717