Pesquisadores descobriram um grupo de estrelas jovens que está se movendo em espiral para o centro de um aglomerado eu uma galáxia próxima à nossa. Segundo os especialistas, esse movimento responde a perguntas que a astronomia ainda não tinha resposta.
A descoberta foi feita usando dados coletados por 11 anos pelo Telescópio Espacial Hubble. Ao mesmo tempo, foi confirmada por cientistas trabalhando no Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul.
Na Pequena Nuvem de Magalhães, um rio de estrelas em espiral pode revelar mistérios sobre a origem do universo (Fonte: NASA/reprodução)
Nesse período, o Hubble ficou de olho no conglomerado NGC 346 da Pequena Nuvem de Magalhães. Ele coletou informações o suficiente para que a astrônoma Elena Sabbi medisse cada mudança de posição dessas estrelas.
A pesquisadora do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial, nos Estados Unidos, descobriu que esses astros se movem com uma velocidade média de 3.200 quilômetros por hora - em 11 anos isso significa 2 vezes a distância entre a Terra e o Sol.
Por conta da distância, a descoberta só foi possível graças ao longo tempo de observação e aos potentes equipamentos a bordo do Hubble. Mas outro grupo de cientistas aqui na Terra também suspeitava da importância do NGC 346.
Peter Zeidler, astrônomo da Agência Espacial Europeia, usou o Very Large Telescope, de Observatório Europeu do Sul, para medir a velocidade radial de algumas estrelas dessa região. Isso permite que ele saiba quais objetos estão se aproximando ou se afastando de nós.
O equipamento, entretanto, permite olhar além das estrelas: ele também releva o movimento do gás e da poeira espacial e, para a surpresa dos cientistas, esse material também estava espiralando para dentro do conglomerado.
No fundo, entretanto, a surpresa fez sentido para os especialistas. Uma espiral é uma forma natural de alimentar a formação de novos sóis, segundo eles. O mais importante, entretanto, é que mais uma pista do início do universo foi revelada.
Isso porque as estrelas são os verdadeiros astros do universo. Determinar as leis físicas que regem sua origem é também desvendar um capítulo importante da história de tudo que há.
ARTIGOS The Astrophysical Journal: doi.org/10.3847/1538-4357/ac8004 e doi.org/10.3847/1538-4357/ac8005
Fontes
Categorias