Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em colaboração com a Força Aérea americana, desenvolveram pela primeira vez um circuito integrado em um material maleável, feito de polímeros de borracha, capaz de "pensar".
A pesquisa publicada na revista Nature, chama a atenção pelas inovações no campo da engenharia de materiais. A construção de um circuito integrado em um material que não é semicondutor, é pioneira na área.
Também é excepcional o fato de o material, que é feito de borracha, ser capaz de distinguir entre diferentes graus de forças de pressão mecânica, e ser capaz de identificar cada uma. Veja o vídeo.
De acordo com os pesquisadores, o componente criado é capaz de verificar as forças que estão ao seu redor, e calcular qual a melhor resposta adaptativa para aquele estímulo.
As informações são recebidas e codificadas de forma binária no próprio material, não sendo necessário nenhum instrumento extra para a tarefa.
Fazendo uma analogia com o corpo humano, Ryan L. Harne, cientista principal da pesquisa, explica que “o material de polímero macio age como um cérebro que pode receber sequências digitais de informações que são processadas, resultando em novas sequências de informações digitais que podem controlar reações."
De acordo com os pesquisadores, essa tecnologia poderia ser utilizada nas mais diversas frentes, como, por exemplo, em buscas e salvamentos, reparos em infraestruturas, e em materiais bio-híbridos.
Mas esse é apenas o começo. Os engenheiros querem desenvolver uma técnica para que o material seja capaz de reconhecer estímulos visualmente, e assim como é capaz de "pensar" uma estratégia quando é tocado, seja capaz de reagir e desviar de algo que possa vir a seu encontro.
ARTIGO Nature: doi.org/10.1038/s41586-022-05004-5