Um estudo liderado por cientistas da Universidade Estadual de Oregon (OSU), nos Estados Unidos, analisou os efeitos nocivos da exposição diária e ao longo da vida a dispositivos emissores de luz (LED na sigla em inglês). A hipótese estudada foi de que os danos causados pela luz azul, presente em celulares, computadores e utensílios domésticos, se intensificam à medida que as pessoas envelhecem.
Embora já fosse de conhecimento da comunidade científica que a exposição à luz azul causa prejuízos às células da retina in vitro e in vivo, o que se buscou no estudo foram os supostos efeitos da luz azul em células não retinianas. Para isso, a equipe de pesquisadores investigou os efeitos dessa luz artificial ao longo da vida útil de drosófilas, as moscas-de-frutas.
Estudo usou moscas-de-fruta para entender efeitos da luz azul (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Como foram estudados os efeitos da luz azul em moscas?
Pesquisadora líder do projeto, a professora Jaga Giebultowicz da OSU, com especialidade em relógios biológicos, avaliou a taxa de sobrevivência de moscas mantidas na escuridão e, posteriormente, migradas em idades progressivamente mais avançadas (20, 40 e 60 dias), para um ambiente de luz azul emitida por LEDs.
O experimento mostrou que, sob uma luz azul de mesma intensidade e duração, moscas-de-fruta não só vivem menos, mas sofrem um aumento significativo da sua neurodegeneração à medida que ficam mais velhas.
De acordo com o estudo, essa dependência dos efeitos da luz azul à idade do indivíduo se deve "à atividade reduzida de componentes específicos das vias de produção de energia [ATP] nas mitocôndrias".
ARTIGO - Nature Partner Journals Aging - DOI: 10.1038/s41514-022-00092-z.