Um estudo feito com mais de 3 mil participantes, conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Estados Unidos), comparou experiências com drogas psicodélicas e fenômenos de quase morte sem uso de drogas. O objetivo foi avaliar as mudanças provocadas por ambas as sensações nas perspectivas dos respondentes sobre a morte.
Para testar suas hipóteses, os pesquisadores analisaram dados coletados em uma pesquisa online feita com 3.192 voluntários entre dezembro de 2015 e abril de 2018. A população foi dividida em dois grupos: 933 indivíduos viveram experiências de quase morte sem uso de drogas, e o restante fez uso de drogas psicodélicas.
As "viagens" ´psicodélicas foram induzidas por dietilamida do ácido lisérgico (LSD) em 904 participantes; psilocibina em 766; ayahuasca, 282 ou N,N-dimetiltriptamina (DMT) em 307 participantes.
Quais as semelhanças e diferenças entre os grupos?
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As principais semelhanças entre ambos os grupos foram:
- 90% dos participantes dos dois grupos reduziram o seu medo da morte em relação às suas perspectivas anteriores à experiência;
- 85% do grupo sem drogas e 75% dos psicodélicos classificaram a experiência como uma das cinco mais significativas de suas vidas;
- Participantes dos dois grupos relataram mudanças positivas duradouras, de moderadas a fortes, no bem-estar pessoal.
Já as diferenças incluem:
- O grupo sem drogas percebia sua vida em perigo (47% contra 3% dos psicodélicos); estar clinicamente inconscientes (36% versus 10% dos psicodélicos) ou mesmo clinicamente mortos (21% contra 1% do grupo psicodélico);
- O grupo sem drogas percebeu que sua experiência foi muito breve, parecendo durar cinco minutos ou menos (40% versus 7% do outro grupo).
ARTIGO Plos One - DOI: 10.1371/journal.pone.0271926.
Fontes