A Fundação do Câncer e a Associação Nacional das Universidade Particulares (Anup) lançaram na segunda-feira (29) – Dia Nacional de Combate ao Fumo – a campanha “Cigarro eletrônico: parece inofensivo, mas não é”. A campanha é destinada à população brasileira em geral, mas tem foco especial nos jovens.
De acordo com o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, a escolha do cigarro eletrônico como alvo da campanha antitabagismo deste ano se deve à difusão do dispositivo eletrônico, também conhecido como vape, entre a população jovem. Para Maltoni, que é cirurgião oncológico, esses cigarros vêm disfarçados em uma série de formatos, aromas e sabores.
Perigos do cigarro eletrônico
Mesmo com sua comercialização e propaganda proibidas no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, o vape continua “sendo uma porta de entrada importante para o vício do tabaco”, explica Maltoni à Agência Brasil. Se o cigarro convencional pode ter até um grama de nicotina (a substância viciante), nos cigarros eletrônicos esse valor pode chegar a sete gramas, pondera o médico.
Os dispositivos eletrônicos para fumar podem ter diversos tamanhos e formatos (crédito: Shutterstock)
Uma pesquisa recente realizada pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas, através do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), descobriu que um em cada cinco jovens brasileiros na faixa de 18 a 24 anos usa o cigarro eletrônico.
Citando esse número alarmante, Maltoni lembra que uma síndrome registrada antes da pandemia da covid-19 nos EUA – chamada EVALI – relaciona o uso do cigarro eletrônico a uma inflamação aguda dos pulmões em jovens, que vão para CTIs e são entubados.
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